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Cada telha solar da Eternit é capaz de de produzir 1,15 Quilowatts hora (Kwh) de energia por mês. Assim, um telhado desses pode garantir a autossuficiência em energia a uma residência (Eternit/Divulgação)
Rodrigo Caetano
Publicado em 2 de março de 2021 às 06h00.
A fabricante de telhas e materiais de construção Eternit divulga seus resultados nesta terça-feira, pós o fechamento do mercado. Em recuperação judicial, a empresa está fazendo a lição de casa da reestruturação. Se livrou do amianto e vem diversificando o portfólio de produtos. No ano passado, esse desempenho animou os investidores: as ações da companhia foram as que mais se valorizaram na bolsa brasileira.
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Os papeis da Eternit (ETR3) valorizaram 221% no ano. O bom momento do setor de construção também ajudou. Na esteira desse crescimento, a empresa registrou um avanço de 58% da receita líquida no terceiro trimestre, para 201,1 milhões de reais. Com isso, ela reverteu prejuízo no acumulado do ano, alcançando lucro líquido ajustado de 22,2 milhões de reais no período.
“Uma conjunção de fatores muito positivos nos favoreceu. O processo de reestruturação da companhia, com a substituição do amianto desde 2017, está se consolidando", afirmou Luis Augusto Barbosa, presidente da Eternit, em entrevista à EXAME logo após a divulgação do resultado trimestral, em novembro.
Telhas solares
Entre as novas apostas da companhia estão as telhas capazes de gerar energia solar. A Eternit obteve certificado do Inmetro para produzir e comercializar o produto, que é feito de concreto. As telhas solares serão produzidas na fábrica da Tégula Solar, marca que pertence ao grupo, em Atibaia, interior de São Paulo. A linha de produção já está rodando, mas por ora apenas clientes selecionados pela empresa estão recebendo o material. A expectativa é de que a comercialização para o grande público comece neste ano.
Cada telha solar, cujo tamanho é de 36,5 cm por 47,5 cm, tem potência de 9,16 watts, o que leva a uma capacidade média mensal de produzir 1,15 Quilowatts hora (Kwh) por mês. Um telhado com essas telhas costuma garantir a autossuficiência na geração de energia a uma residência.
Além disso, a empresa estima que o uso da tecnologia possa reduzir o custo de um projeto para geração de energia solar em até 20% em relação a outras tecnologias verdes.
Além da telha de energia solar, a empresa vem ampliando a atuação no segmento de sistemas de construção a seco (placas e painéis) de cimento, similares à proposta do dry wall, que é feito à base de gesso. "Essa é uma tendência global, que reduz o tempo da obra e o desperdício", diz Barbosa.
O executivo acredita, entretanto, que o negócio de coberturas continuará sendo o grande destaque da companhia, com mais aplicações que já estão em estudo pela companhia. "Temos outros produtos em estudo, que ainda não estão no estágio avançado da telha de energia solar, mas estamos trabalhando para ter novidades."