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Selo UNICEF: maior programa do UNICEF no Brasil celebra defesa da infância e adolescência

"Ainda existem muitos desafios e desigualdades a serem superados, e esta é uma jornada que deve ser, necessariamente, coletiva", afirma Mário Volpi, coordenador da iniciativa

Programa atua na manutenção de direitos e combate a violências contra crianças e adolescentes (iStock/Getty Images)

Programa atua na manutenção de direitos e combate a violências contra crianças e adolescentes (iStock/Getty Images)

Unicef
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Colunista

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 11h19.

Última atualização em 14 de outubro de 2025 às 09h35.

Por Mário Volpi, coordenador da iniciativa Selo UNICEF do UNICEF no Brasil

Crianças e adolescentes devem ser prioridade máxima nas políticas públicas, nas decisões governamentais e no planejamento público orçamentário. É isso o que diz um conjunto de legislações nacionais e internacionais. Mas como garantir que esses direitos sejam assegurados efetivamente?

Há 26 anos, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) desenvolve um dos principais programas de promoção dos direitos da infância e adolescência no Brasil, o Selo UNICEF. Em 2025, iniciamos um novo ciclo, que segue até 2028, com resultados otimistas: 2.266 municípios aderiram ao programa, recorde histórico entre todas as edições.

O UNICEF prioriza, nesta iniciativa, as regiões do país onde os indicadores sociais da infância apresentam os maiores desafios: os 9 estados da Amazônia legal brasileira, 9 estados da região nordeste e a microrregião norte do estado de Minas Gerais. Em 10 destes estados houve 100% de adesão dos municípios: Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

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Esse resultado mostra o maciço potencial de mobilização do UNICEF e seus parceiros, mas também sinaliza o engajamento de gestões municipais e redes de garantia de direitos da infância e adolescência.  Os 2.266 municípios inscritos nesta edição do Selo representam 40% de todos os municípios do País.

Para se ter uma ideia do impacto do programa, entre 2013 e 2022, a iniciativa colaborou com a permanência de mais de 100 mil crianças na escola.

Ao longo de quatro anos, os municípios trabalham em uma metodologia oferecida pelo UNICEF para melhorar os indicadores sociais, sempre com o objetivo de garantir os direitos de meninas e meninos no Brasil, em áreas como Busca Ativa Escolar, imunização e proteção contra violências. A adesão ao programa é gratuita e voluntária, e o município participante conta com o apoio do UNICEF ao longo de todo o ciclo. Ao final do processo, em 2028, o UNICEF divulga a lista das cidades certificadas.

Direitos de crianças e adolescentes

Nesta edição, o UNICEF vai dar uma atenção especial às questões étnico-raciais durante todo o programa. Queremos assegurar que as políticas públicas alcancem, de fato, crianças e adolescentes indígenas e quilombolas. Todas as atividades que os municípios farão devem contemplar a abordagem de raça e etnia, promovendo políticas públicas antirracistas.

Os estados participantes no Selo UNICEF são: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.

O Selo UNICEF já deixou uma marca nas políticas públicas brasileiras. Nos 18 estados onde está presente, há 17 milhões de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, de acordo com o Censo de 2022. O nosso compromisso é com cada um e cada uma desses meninos e meninas. Ninguém pode ficar para trás.

Na última edição do Selo UNICEF (2021-2024), por exemplo, constatamos uma melhora nas coberturas vacinais dos municípios certificados em comparação à média nacional. Como exemplo, temos as coberturas da Tríplice Viral D2i, que, de 2020 a 2023, aumentaram 2,6% (de 64,27% para 65,91%). Já nos municípios reconhecidos pelo Selo UNICEF, esse aumento foi bem mais significativo: 17,7% (de 56,4% para 66,4%).

Em relação à taxa de abandono escolar os municípios certificados pelo Selo UNICEF tiveram resultados expressivos contribuindo para a redução das desigualdades educacionais. De 2019 a 2023, o abandono caiu 38% no Brasil, passando de 1,3% para 0,8%. Já nos 923 municípios certificados em 2024, a queda foi maior: 47% (saindo de 1,7% e chegando a 0,9%). Isso porque o UNICEF monitora a permanência na escola como um dos critérios para a certificação, a partir do trabalho junto à Busca Ativa Escolar, que mobiliza milhares de técnicos e educadores em todo o País.

O enfrentamento dos desafios pela garantia de direitos é um investimento social coletivo

O UNICEF não trabalha sozinho. A metodologia do Selo UNICEF é um verdadeiro investimento social coletivo, que engaja governos, gestores, lideranças jovens e, claro, o setor privado. É essa união de forças que garante que o programa seja desenvolvido com eficiência e resulte em melhorias efetivas na vida de crianças, adolescentes e suas famílias.

Ao longo de 26 anos de história, fomos apoiados por inúmeras empresas e fundações, que nos ajudaram a alcançar um impacto tão significativo. Para a edição atual (2025-2028), o Selo UNICEF conta com as parcerias estratégicas do Grupo Profarma, Equatorial Energia, Rumo, Vale e Fundação Vale, com a parceria de RD Saúde (por meio das marcas Raia e Drogasil) e com o apoio da Energisa.

No entanto, nosso trabalho é um chamado contínuo à ação. Ainda existem muitos desafios e desigualdades a serem superados, e esta é uma jornada que deve ser, necessariamente, coletiva. Para apoiar cada menina e menino a realizar seu pleno potencial é preciso investir em políticas públicas, programas estruturados e iniciativas que fortalecem a ação daqueles que asseguram no dia a dia, os direitos escritos na lei. Afinal, investir na infância é investir hoje para garantir um futuro melhor para todos.

Apoiar o Selo UNICEF é investir em mudanças sistêmicas, em políticas públicas que não retrocedem. É garantir a sustentabilidade dos avanços e a melhoria contínua das condições de vida de crianças e adolescentes em todo o País.

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