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Crise climática já afeta seis em cada dez empresas de São Paulo, revela estudo

Apesar da alta percepção de risco climático, 58% dos negócios ainda não adotam práticas sustentáveis, segundo a Fecomercio

Recentemente, a capital paulista passou por fortes chuvas e que levaram a diversos transtornos para a população e comércio (Nikada/Getty Images)

Recentemente, a capital paulista passou por fortes chuvas e que levaram a diversos transtornos para a população e comércio (Nikada/Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 9 de abril de 2025 às 08h00.

Última atualização em 9 de abril de 2025 às 10h03.

Seu negócio está preparado para lidar com os efeitos mais severos das mudanças climáticas? Um novo estudo da FecomercioSP divulgado em primeira mão pela EXAME revela que seis em cada dez empresas do Estado de São Paulo (64,5%) sofreram os impactos da nova realidade imposta pelo clima.

As consequências foram desde a interrupção de operações por chuvas intensas, perdas de estoque, até dificuldades em cadeias de fornecimento por ondas de calor.

Apesar da alta percepção de risco — 61,5% consideram o tema "muito relevante" —, 58% das empresas não têm ações ou práticas ambientais voltadas à redução de emissões. O levantamento também aponta que 44,5% já registraram prejuízos financeiros causados pelo clima, em razão de paralisações e danos materiais.

Custo ainda é principal entrave

Entre os principais obstáculos apontados para adotar as práticas sustentáveis, 40% das companhias citam a falta de recursos financeiros e 26% mencionam o desconhecimento técnico. A combinação entre baixa capacitação e dificuldades de acesso a crédito mostra como a transição sustentável no setor privado ainda caminha aquém do necessário.

Por outro lado, as iniciativas de sustentabilidade são majoritariamente de baixo custo quando são adotadas. A destinação de resíduos à compostagem é citada por 69% das empresas e 79,8% delas usam etanol no transporte em substituição aos combustíveis fósseis. Outras medidas mais estruturadas, como a aposta em veículos elétricos, seguem fora da realidade da maioria.

No pilar de economia circular, 28,6% das empresas dizem fazer triagem para reciclagem, 13,9% adotam compostagem e cerca de 17% participam de programas de logística reversa. No entanto, as ações seguem concentradas no manejo de resíduos.

Segundo o Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, o empresariado ainda não tem plena consciência do seu papel como agente de mudança ambiental. Isto porque parte acredita que o consumidor valoriza causas sustentáveis, mas não aceita pagar mais por produtos com menor pegada de carbono. 

'Agenda Verde' e metas até 2030

O levantamento contou com a participação de 200 empresas entre fevereiro e março e antecede o lançamento da Agenda Verde da FecomercioSP nesta quinta-feira (10), em São Paulo.

A agenda reúne propostas voltadas à transição energética, regulação do mercado de carbono e ao fortalecimento da economia circular. A ideia é atuar junto com o governo federal e contribuir com as metas climáticas do Brasil, como a erradicação do desmatamento ilegal até 2030.

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