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São Paulo recebe primeiro campeonato esportivo para pessoas trans e discute diversidade no esporte

O evento, que acontece de 22 a 24 de agosto, vai reunir mais de 600 participantes em modalidades como vôlei, futsal e corrida, promovendo inclusão e visibilidade para a comunidade trans

Os Jogos Nix Trans acontecem no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa Marechal Mário Ary Pires entre 22 e 24 de agosto

Os Jogos Nix Trans acontecem no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa Marechal Mário Ary Pires entre 22 e 24 de agosto

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 2 de agosto de 2025 às 14h00.

Última atualização em 2 de agosto de 2025 às 15h46.

São Paulo se prepara para fazer história no esporte brasileiro. Entre os dias 22 e 24 de agosto, o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa Marechal Mário Ary Pires receberá os Jogos Nix Trans, o primeiro festival poliesportivo do país protagonizado por pessoas trans. O evento promete reunir mais de 3 mil convidados e participantes ao longo dos três dias.

A iniciativa surge da Nix Diversidade, consultoria especializada em diversidade e economia social, em parceria com coletivos locais como Angels Volley e Meninos Bons de Bola. O objetivo é claro: transformar o esporte em um espaço de inclusão, resistência e pertencimento para a comunidade trans.

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O festival terá início no dia 22 com palestras e rodas de conversa focadas nas vivências, desafios e conquistas da comunidade trans no esporte. Nos dias seguintes, as quadras ganharão vida com torneios exclusivos para pessoas e coletivos trans em modalidades como vôlei, futsal e corrida, além de vivências abertas para aliados da causa.

"Queremos chamar atenção para o fato de que pessoas trans têm o direito de ocupar quadras, campos e ginásios não só como atletas, mas como verdadeiros protagonistas", afirma Fabrício Addeo Ramos, diretor da Nix Diversidade, que busca transformar o esporte em um momento de coletividade e acolhimento.

Diversidade de gênero no esporte

A criação dos jogos não ao acaso. Segundo pesquisa realizada pela Nix Diversidade em parceria com a Nike em 2022, 42,8% da população LGBTQIAP+ no Brasil não tem acesso a esportes. O estudo revela que mais de 63% dessas pessoas já presenciaram ou viveram episódios de preconceito em ambientes esportivos.

"A maioria reconhece a importância do esporte, mas nem sempre se sente segura para praticá-lo", explica Fabrício. "Os Jogos Nix Trans nascem justamente para contribuir para uma mudança real, transformando o esporte em um espaço de cura, resistência e autoestima."

Por trás do evento estão trajetórias inspiradoras como a de Thaís Tavares, que através do vôlei retomou os estudos e chegou à Liga Francesa, e Mikaella Reis, que deixou a prostituição para se tornar técnica em enfermagem e educadora social. Há também o exemplo do As Leoas, primeiro time de mulheres trans do futebol brasileiro.

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Júnior de Lima Beserra, homem trans e coordenador de programação do evento, acredita que essa participação veio para ficar. "A ciência médica já confirma que essa participação é justa, segura e viável. Quando o esporte se abre para a diversidade, todas as pessoas ganham", destaca o fundador do coletivo Spartanos.

A expectativa dos organizadores é transformar os Jogos Nix Trans em um evento anual, fortalecendo redes de apoio e ampliando a presença de pessoas trans em diferentes ambientes esportivos. O projeto conta com apoio das Secretarias Municipais de Esporte e Lazer e de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo.

Os Jogos Nix Trans acontecem no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa Marechal Mário Ary Pires, Rua Pedro de Toledo, 159, no bairro Vila Clementino. A programação se estende por três dias, com horários distintos: no dia 22 de agosto, das 14h às 19h, e nos dias 23 e 24 de agosto, das 9h às 19h e das 9h às 20h30, respectivamente.

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