Patrocínio:
Parceiro institucional:
A Sabesp é responsável pelo fornecimento de água e pela coleta e tratamento de esgoto em 375 municípios paulistas (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de ESG
Publicado em 27 de abril de 2025 às 14h00.
Inspirada em uma solução já aplicada em Inglaterra e Israel, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) implementou uma nova tecnologia que combina inteligência artificial e imagens de satélite para detectar vazamentos de água até cinco vezes mais do que os métodos convencionais.
O projeto piloto aconteceu na Região Metropolitana de São Paulo, na região da Consolação e incluiu 50 km de redes testadas em bairros como Sé, Campos Elíseos, Cambuci, Aclimação, Mooca, Barra Funda, Liberdade, Vila Buarque, Higienópolis e outros.
Enquanto os métodos tradicionais identificaram apenas 14 vazamentos no teste, a inovação foi capaz de localizar 81 vazamentos menores e muito difíceis de perceber pelo ouvido humano -- mesmo por profissionais experientes.
Segundo a companhia, a localidade foi escolhida pela alta complexidade devido à presença de redes de gás, energia elétrica, dados e o tráfego intenso de veículos. Tais condições dificultam a detecção precisa de vazamentos, tornando o uso de geofones e hastes usualmente utilizados menos eficaz.
“Atualmente, localizamos vazamentos com escuta mecânica ou eletrônica, além da tecnologia via satélite. A diferença de calor obtida por satélites ajuda na identificação da área", explicou Débora Pierini Longo, diretora de Operação e Manutenção da Sabesp. "Isso melhora o direcionamento das equipes e aumenta a eficiência dos trabalhos, com resultados mais eficazes", acrescentou.
Com o sucesso do projeto piloto, a Sabesp já está finalizando a contratação dessa tecnologia para outras cidades da Grande São Paulo. Serão beneficiados municípios como Barueri, Guarulhos, Osasco, São Paulo, que representam 17% dos 29,5% de toda a perda de água nas áreas operadas pela companhia de saneamento.
O diferencial da inovação é a eliminação da necessidade de instalação de equipamentos caros. As imagens de satélite captam áreas de solo úmido e vazamentos em profundidades de até três metros, enquanto a IA analisa as propriedades do terreno, indicando com precisão os locais com potenciais perdas hídricas.
A integração desses dados em um aplicativo permite otimizar as intervenções e direcionar as equipes para áreas com maior probabilidade de vazamentos maiores, destacou a Sabesp.
Além disso, a ideia não é substituir os métodos tradicionais e sim aprimorar o trabalho das equipes para combater de forma mais eficiente as perdas de água e focar nos pontos mais críticos.