Ano novo, problemas antigos. O Rio Grande do Sul foi assolado por fortes chuvas no primeiro dia de 2025, o que levou a inundações e alagamentos em algumas cidades gaúchas.
Foi o caso de Porto Alegre, onde choveu 88 milímetros nas últimas 24 horas — mais da metade do previsto para o mês de janeiro, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Na capital gaúcha, alguns bairros ficaram debaixo da água e registraram falta de luz. O segundo ato de posse do prefeito reeleito Sebastião Melo, na Usina do Gasômetro, precisou ser remarcado e ele foi para a Coordenação de Serviços da Cidade (Ceic) para monitorar os efeitos da chuva.
A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) informou nesta quinta-feira, 2, que faz um levantamento dos impactos no fornecimento de energia elétrica na cidade.
O Climatempo alertou para o risco de tempestade hoje para a Região Sul e destacou que a causa é um deslocamento de uma frente fria no RS, associada a um ciclone extratropical que se desloca pela costa da Argentina.
As áreas em risco para temporais também incluem Curitiba e Florianópolis e há chances de raios e fortes rajadas de vento de 60 km/h a 80 km/h.
Em 1° de janeiro, o Rio Grande do Sul foi um dos locais mais quentes do Brasil e registrou temperatura de quase 38°C em São Borja e em São Luiz Gonzaga, segundo o serviço metereológico. Em Porto Alegre, os termômetros bateram os 34,5°C.
Investimentos
Em um balanço divulgado em nota pelo governo federal no dia 31 de dezembro referente ao ano, o Rio Grande do Sul recebeu mais da metade dos recursos para cidades afetadas por desastres agravados pela mudança climática.
Em 2024, dos R$ 4,8 bilhões empenhados pela Defesa Civil Nacional, R$ 3,5 bilhões foram destinados para municípios gaúchos. Destes, R$ 1,5 bilhão foi para os atingidos por eventos extremos, sendo R$ 1,3 bilhão apenas para as enchentes históricas iniciadas em abril e R$ 2 bilhões para pagamento do Auxílio Reconstrução.
A pior tragédia climática do Estado afetou 2,3 milhões de pessoas em 471 cidades, o equivalente a quase 95% dos municípios. Até então, o Plano Rio Grande investiu R$ 4.142.785.233 em projetos de adaptação climática e reconstrução e prevê até R$ 200 bilhões no longo prazo.
Durante a Conferência do Clima da ONU (COP29) em Baku, no Azerbaijão, o governo estadual também lançou um "Roadmap climático", com foco na implementação de políticas públicas.
Em Porto Alegre, a prefeitura estima um prejuízo de mais de R$ 12,3 bilhões aos cofres públicos e já investiu quase R$ 520 milhões na reconstrução. No total, a necessidade é de R$ 1,2 bilhão e o restante será investido ao longo de 2025.
Frente fria chega a São Paulo
A partir de sexta-feira, 3, a primeira frente fria do ano deve avançar sobre o estado de São Paulo e pode levar a temporais e inundações no fim de semana. Segundo o Climatempo, há a possibilidade de rajadas de vento entre 40 km/h a 50 km/h e há risco de alagamentos e impactos no fornecimento de luz.
Amanhã, 3, ainda deve prevalecer o sol na região metropolitana, mas a nebulosidade e instabilidade aumenta no sábado, 4, e traz um alerta para o Estado. No domingo, 5, a chuva deve aumentar.
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Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS)
(Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS))
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Homens movem pacotes em um barco através de uma rua inundada no centro histórico de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 14 de maio de 2024. Crédito: Anselmo Cunha / AFP)
(Homens movem pacotes em um barco através de uma rua inundada no centro histórico de Porto Alegre)
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Vista das áreas inundadas ao redor do estádio Arena do Grêmio em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 29 de maio de 2024. A água e a lama tornaram os estádios e sedes do Grêmio e Internacional inoperáveis. Sem locais para treinar ou jogar futebol, os clubes brasileiros tornaram-se equipes itinerantes para evitar as enchentes que devastaram o sul do Brasil. (Foto de SILVIO AVILA / AFP)
(Vista das áreas inundadas ao redor do estádio Arena do Grêmio em Porto Alegre)
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Vista aérea do centro de treinamento do Internacional ao lado do estádio Beira Rio em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 29 de maio de 2024. Foto de SILVIO AVILA / AFP
(Vista aérea do centro de treinamento do Internacional ao lado do estádio Beira Rio em Porto Alegre)
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Pessoas atravessam uma ponte flutuante para pedestres sobre o rio Forqueta, entre os municípios de Lajeado e Arroio do Meio, no Rio Grande do Sul, Brasil, em 21 de maio de 2024. O Rio Grande do Sul experimentou um desastre climático severo, destruindo pelo menos seis pontes e causando interrupções generalizadas no transporte. O exército respondeu construindo pontes flutuantes para pedestres, uma solução temporária e precária para permitir que a infantaria atravesse rios durante conflitos. (Foto de Nelson ALMEIDA / AFP)
(Pessoas atravessam uma ponte flutuante para pedestres sobre o rio Forqueta)
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Ana Emilia Faleiro usa um barco para transportar suprimentos em uma rua inundada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, em 26 de maio de 2024. O estado sulista do Rio Grande do Sul está se recuperando de semanas de inundações sem precedentes que deixaram mais de 160 pessoas mortas, cerca de 100 desaparecidas e 90% de suas cidades inundadas, incluindo a capital do estado, Porto Alegre. (Foto de Anselmo Cunha / AFP)
(Ana Emilia Faleiro usa um barco para transportar suprimentos em uma rua inundada em Porto Alegre)
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Um homem limpa sua casa atingida pela enchente no bairro Sarandi, um dos mais atingidos pelas fortes chuvas em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 27 de maio de 2024. Cidades e áreas rurais no Rio Grande do Sul foram atingidas por semanas por um desastre climático sem precedentes de chuvas torrenciais e enchentes mortais. Mais de meio milhão de pessoas fugiram de suas casas, e as autoridades não conseguiram avaliar completamente a extensão dos danos. (Foto de Anselmo Cunha / AFP)
(Um homem limpa sua casa atingida pela enchente no bairro Sarandi)
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Alcino Marks limpa corrimãos sujos de lama após a enchente no bairro Sarandi, um dos mais atingidos pelas fortes chuvas em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 27 de maio de 2024. Esta é a segunda enchente histórica que Marks enfrenta aos 94 anos de idade. A primeira foi em 1941, quando ele morava no centro de Porto Alegre. Cidades e áreas rurais no Rio Grande do Sul foram atingidas por semanas por um desastre climático sem precedentes de chuvas torrenciais e enchentes mortais. Mais de meio milhão de pessoas fugiram de suas casas, e as autoridades não conseguiram avaliar completamente a extensão dos danos. (Foto de Anselmo Cunha / AFP)
(Alcino Marks limpa corrimãos sujos de lama após a enchente no bairro Sarandi)
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(Um trabalhador usa uma mangueira de alta pressão para remover a lama acumulada pela enchente)
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(Destruição no RS após chuvas e enchentes)
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Vista da estátua de José e Anita Garibaldi na inundada Praça Garibaldi, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 14 de maio de 2024. Foto de Anselmo Cunha / AFP
(Vista da estátua de José e Anita Garibaldi na inundada Praça Garibaldi)
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Resgate de pessoas afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, na Base Aérea de Santa Maria (RS).
(Resgate de pessoas afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, na Base Aérea de Santa Maria)
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Eduardo Leite: “Faremos de tudo para garantir que a reconstrução preserve nossas vocações”
(Eduardo Leite: “Faremos de tudo para garantir que a reconstrução preserve nossas vocações”)
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Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS)
(Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS))
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(Imagem aérea da destruição no Rio Grande do Sul - Força Aérea Brasileira/Reprodução)
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Vista aérea mostrando a estrada ERS-448 inundada em Canoas, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 13 de maio de 2024. Foto de Nelson ALMEIDA / AFP
(Vista aérea mostrando a estrada ERS-448 inundada em Canoas)
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(Vista aérea mostrando a estrada ERS-448 inundada em Canoas, no estado do Rio Grande do Sul)