Apoio:
Parceiro institucional:
Pará: estado teve maior taxa de desmatamento em 2023 (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de ESG
Publicado em 21 de dezembro de 2023 às 09h50.
Última atualização em 21 de dezembro de 2023 às 10h58.
A Amazônia Legal Brasileira, área de floresta amazônica, é formada pelos estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá, Pará e parte de Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. Além da extensão territorial, a Amazônia é extremamente relevante em termos de biodiversidade, recursos naturais e regulação climática. Porém, um dos grandes desafios da região segue sendo o desmatamento.
Historicamente, a Amazônia foi impactada pela visão de que desenvolvimento econômico só existiria na região por meio do desmatamento. Hoje, inúmeras pesquisas asseguram a importância de se manter a floresta em pé, mantendo seguro o lar de povos tradicionais, como indígenas, quilombolas ou ribeirinhos.
Para mensurar a área desmatada foi criado o sistema de monitoramento oficial chamado Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), que utiliza imagens de satélites para acompanhar o desmatamento na Amazônia Legal. O Prodes tem como início do monitoramento o ano de 1988. Considerando os dados da plataforma, o desmatamento em 2023 atingiu a taxa estimada de 9.001,00 km², o menor índice desde 2019.
Considerando os números apresentados pelo Prodes, o acumulado – de agosto à julho – considera os nove estados da Amazônia Legal e analisa em quais áreas aconteceram os maiores números de desmatamento. Segundo o Prodes, o Pará foi o estado com mais desmatamento neste ano, com 3.272,00 km² de áreas desmatadas – seguido por Mato Grosso (com 2.086,00 km²) e Amazonas (com 1.553,00 km²).
Em quarto lugar, está o estado de Rondônia (com 873,00 km²), depois o Acre (597,00 km²), Roraima (297,00 km²), Maranhão (285,00 km²), Tocantins (26,00 km²) e, em último lugar, o Amapá, com 12,00 km².
No ano passado, a região contou com 11.600,00 km² desmatados, demonstrando uma queda considerável nos índices de desmatamento Entre os motivos que podem ter influenciado para esse feito, estão: o lançamento da fase cinco do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e de projetos como o Fundo Amazônia.
O lançamento do novo PPCDAm pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima do presidente Lula, em julho deste ano, foi um marco para a região. O Plano é dividido em quatro eixos: atividades produtivas sustentáveis, monitoramento e controle ambiental, ordenamento fundiário e territorial e instrumentos normativos e econômicos.
"O desmatamento requer investimento, é um processo caro. E se você tem uma mensagem do governo dizendo que que vai combater isso mais fortemente já é um ponto importante. Mudando, assim, a postura com mais ações de fiscalização, e de forma estratégica, com uma articulação entre estados e Governo Federal. Por exemplo, o resgate do PPCDAm é importante por trazer estratégias de controle para a consolidação do combate ao desmatamento, o que repercutiu em uma queda expressiva do desmatamento neste ano", afirmou a cientista climática Talita Assis, responsável pelo site Amazônia em EXAME e pela attestESG, empresa de soluções em finanças sustentáveis da EXAME
Além dele, o Fundo Amazônia, proposto pelo governo durante a COP12, quer reunir contribuições para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes da degradação e desmatamento da floresta. Empresas, ONGs e governos são doadores para o fundo e os maiores investidores são os governos da Noruega, Alemanha e a Petrobras.
Este texto tem como base os dados do Prodes, que é o sistema de monitoramento oficial por meio de imagens de satélites da Amazônia Legal, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para apoiar outros dados mapeados e mobilizar e munir o Ibama e demais órgãos.