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Resultados da BlackRock indicam se ESG funciona em tempos de crise

A maior gestora do mundo dobrou a aposta no capitalismo de stakeholder durante a pandemia. Até agora, a estratégia vem dando bons resultados

As já notórias cartas de Larry Fink, CEO global da gestora, defendendo o capitalismo de stakeholder moldaram uma geração de investidores (Alex Kraus / Bloomberg/Getty Images)

As já notórias cartas de Larry Fink, CEO global da gestora, defendendo o capitalismo de stakeholder moldaram uma geração de investidores (Alex Kraus / Bloomberg/Getty Images)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 06h00.

A BlackRock divulga hoje seus resultados do 4º trimestre do ano passado. A expectativa é de mais um trimestre forte da gestora, que vem apresentando bons números,  apesar da pandemia.

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No 3º trimestre, a maior gestora do mundo alcançou 7,81 trilhões de dólares em ativos sob gestão, ante 7,32 trilhões de dólares no segundo trimestre e 6,96 trilhões de dólares no ano passado.

O lucro líquido da empresa sediada em Nova York aumentou 27%, para 1,42 bilhão de dólares, ou 9,22 dólares por ação, no terceiro trimestre encerrado em 30 de setembro, ante 1,12 bilhão de dólares, ou 7,15 dólares por ação, um ano antes. Analistas esperavam lucro de 7,80 dólares por ação, de acordo com dados da Refinitiv.

Os resultados da Black Rock sempre são cercados de expectativa em virtude da estratégia da gestora de apostar no capitalismo de stakeholder, modelo de gestão de empresas que coloca o impacto gerado pelas companhias à frente do lucro.

Desde o segundo trimestre deste ano,  já sobre os efeitos da pandemia, os números da BlackRock serviram como termômetro para sentir a viabilidade de se tocar uma estratégia ESG em meio à grave crise econômica gerada pela covid-19.

A boa notícia é que o capitalismo de stakeholder não apenas sobreviveu como se mostrou mais lucrativo em tempos difíceis. “A única coisa que é muito clara nesse mundo pós-covid é que o capitalismo de stakeholder irá se tornar cada vez mais importante”, afirmou Larry Fink, CEO da gestora, em julho.

Fink também destacou que, entre os clientes da BlackRock, houve um substancial aumento de interesse por áreas ligadas ao ESG (meio ambiente, social e governança, na sigla em inglês), como energias renováveis.

Uma pesquisa realizada pela gestora comprova o aumento do interesse por assuntos socioambientais e de governança entre os investidores. O levantamento ouviu 425 investidores, de 27 países, que administram um total de 25 trilhões de dólares. 

Mais da metade dos participantes (54%) considera que os investimentos sustentáveis são fundamentais para os resultados. Esses investidores planejam dobrar a participação dos ativos ESG em suas carteiras, o que elevará o porcentual total de 18% para 37%, em cinco anos. Apenas 3% dos participantes consideram atrasar a implementação da mudança em função da pandemia.

Na Europa, a participação dos ativos ESG na carteira será ainda maior: 47%. O velho continente é o mais adiantado nessa transição para o investimento sustentável. Mais de 80% dos investidores europeus declaram que o ESG já se tornou, ou deverá se tornar, essencial para as suas estratégias de investimento. Na Ásia, a fatia é de 57%; nas Américas, 47%.

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