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Resposta da Demanda: como mecanismo reduz custos no sistema elétrico e beneficia consumidores

Solução permite que os usuários otimizem seus gastos enquanto contribuem para um modelo mais eficiente

Quantidade de energia economizada seria suficiente para abastecer as casas de uma cidade com 1 milhão de habitantes, como São Luís, capital do Maranhão, durante uma semana. (imagesourcerated / Envato)

Quantidade de energia economizada seria suficiente para abastecer as casas de uma cidade com 1 milhão de habitantes, como São Luís, capital do Maranhão, durante uma semana. (imagesourcerated / Envato)

Publicado em 5 de setembro de 2024 às 14h00.

Muito se fala sobre a elevada participação das energias renováveis na matriz elétrica brasileira. Efetivamente, elas correspondem a quase 90% da energia produzida, frente a 30% na média mundial. No entanto, em períodos de seca e em cenários de escassez hídrica, como o que ocorreu em 2021, utiliza-se energia não renovável de origem térmica para o suprimento da demanda. Isso resulta não apenas em níveis mais elevados de emissões de gases do efeito estufa, como também em aumento de custos para os consumidores, dado que estas térmicas operam com combustíveis fósseis de preço elevado.

A Resposta da Demanda é vista como uma alternativa para estes momentos, que possibilita o atendimento desta demanda a um custo menor e com potencial de redução das emissões. Trata-se de um mecanismo voluntário, no qual o consumidor é remunerado para reduzir seu consumo de energia elétrica em momentos de alta demanda, evitando que sejam acionados recursos de geração mais caros.

Ou seja, além do benefício financeiro próprio, como a receita proveniente dos pagamentos do mecanismo, o consumidor assume um papel mais ativo no mercado de energia elétrica, ajudando a equilibrar oferta e demanda em momentos nos quais os preços podem alcançar patamares muito elevados. Assim, o mecanismo traz ganhos de eficiência para todo o mercado, ao atuar na redução dos preços.

Até o momento, a participação nos programas de resposta da demanda no Brasil é restrita aos grandes consumidores de energia, que negociam diretamente com geradores e comercializadoras. Esses consumidores apresentam suas ofertas de redução de consumo de energia, definindo o volume e a duração da redução e o preço correspondente.

Desde o início da aplicação do mecanismo no Brasil, em novembro de 2023, até os dias atuais, foram aprovadas mais de 270 ofertas, que totalizaram uma redução de demanda programada de mais de 22 mil megawatts-hora (MWh), com preços variando entre R$ 99/MWh e R$ 950/MWh. Para dar uma ideia, a quantidade de energia economizada seria suficiente para abastecer as casas de uma cidade com 1 milhão de habitantes, como São Luís, capital do Maranhão, durante uma semana.

Ainda é pouco, considerando a dimensão e composição do consumo no Sistema Interligado Nacional.

De fato, o potencial de participação nesse mecanismo pode alcançar percentual relevante da demanda total de energia. Segundo a consultoria PSR, esse potencial equivale a aproximadamente 3,5 milhões de MWh por ano. Com o aumento da experiência dos participantes, incluindo também os já beneficiados e os pequenos consumidores, e da maior adesão ao programa, as contas de energia ficariam mais baixas, ao mesmo tempo em que o sistema se tornaria mais eficiente.

Ainda este ano, está previsto o lançamento de um novo produto de resposta da demanda, a ser contratado a partir de um leilão. Desta vez, o consumidor que se sagrar vencedor irá receber uma remuneração fixa mensal, em contrapartida de se manter disponível para reduzir sua demanda.

Este pode ser o primeiro passo para a utilização plena da resposta da demanda em nosso sistema.

A PSR dispõe de soluções específicas para resposta da demanda. Elas podem ser acessadas aqui.

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