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Farmacêutica Regeneron, segunda a ter um medicamento para covid-19 aprovado, divulga hoje os resultados de 2020 (Mike Segar/Reuters)
Quando foi internado por covid-19 em outubro do ano passado, o então presidente dos Estados Unidos Donald Trump atribuiu sua 'cura' do vírus a um tratamento experimental com um medicamento que estimulava a produção de anticorpos. Desenvolvido pela empresa Regeneron Pharmaceuticals, o medicamento promissor foi recentemente autorizado pela agência regulatória de saúde do país (FDA) para uso emergencial em infectados pela doença.
Debaixo desse e outros acontecimentos, a Regeneron, empresa de biotecnologia americana, apresenta nesta sexta-feira, 5, o balanço financeiro do último trimestre de 2020. Dentro do período de um ano, a empresa abandonou o status de desconfiança e se tornou uma alternativa viável para conter as mais de 365 mil mortes por covid-19 nos EUA.
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A Regeneron é uma empresa americana de biotecnologia com sede em Nova York e fundada em 1988. A farmacêutica lista suas ações publicamente na bolsa de valores americana, Nasdaq, desde 1991. Naquele ano, a oferta pública inicial de ações levantou cerca de 91,6 milhões de dólares, segundo dados da empresa. Hoje o valor de mercado da Regeneron é superior a 53 bilhões de dólares.
Mas foi apenas em 2008, depois de muitos testes clínicos, que a Regeneron teve seu primeiro medicamento aprovado pelo FDA, órgão similar à Anvisa nos Estados Unidos: uma injeção usada no tratamento de adultos e crianças com síndromes inflamatórias. Cinco anos depois, a empresa inaugurou seu primeiro escritório na Europa.
Quando foi anunciado pelo presidente Trump como uma resposta viável ao vírus, o coquetel de anticorpos da Regeneron, chamado de REGEN-COV2, ainda não tinha eficácia comprovada. Um mês antes do acontecimento, a empresa afirmava que o medicamento era capaz de prevenir e tratar a covid em animais, e esperava que o mesmo acontecesse quando usado em humanos.
O medicamento funciona da seguinte maneira: para conter o vírus, os anticorpos "proibem" a penetração e multiplicação do covid-19 nas células, imitando o processo de criação de anticorpos que o sistema imunológico humano tem ao contrair uma doença. Segundo especialistas, o tratamento é mais eficaz durante a fase inicial do contágio, quando o principal problema é a disseminação do vírus, e não as consequências da doença em outro órgãos vitais.
Em novembro, a Agência de Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) autorizou o uso emergencial da medicação fazendo da Regeneron a segunda empresa a conseguir o feito no mundo - a primeira delas foi a Eli Lilly. O FDA alegou que o REGEN-COV2 reduziu as hospitalizações de pacientes com covid-19 que tenham doenças secundárias ou “comorbidades” prévias. Com a aprovação, a distribuição em escala mundial do medicamento ficará a cargo do grupo farmacêutico suíço Roche
Há pouco mais de uma semana, a companhia também divulgou que o coquetel conseguiu reduzir em 100% as infecções sintomáticas causadas pelo vírus.
Um motivo adicional pode despertar o interesse de acionistas e analistas do mercado, mesmo que de fora da América do Norte, nesta divulgação do balanço: pesquisadores da Regeneron e Universidade de Columbia confirmaram que o medicamento é capaz de resistir às variantes do coronavírus identificadas no Reino Unido e na África do Sul. De acordo com os cientistas, o coquetel também seria eficaz para a mutação identificada no Brasil e responsável por colapsar o sistema de saúde da região norte do país.
Ao passo em que se apoia na tecnologia para a resolução do maior problema de saúde da atualidade, a Regeneron também mantém um bom desempenho no lado ambiental, o que pode agradar investidores interessados em ESG. Desde 2019 a empresa faz parte do Índice Dow Jones de Sustentabilidade, um dos mais conceituados do setor.