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Mika Vanhanen, da ENO: responsável pelo plantio de cerca de 30 milhões de árvores em todo o mundo durante 20 anos (AFP/AFP Photo)
AFP
Publicado em 15 de março de 2021 às 15h47.
Última atualização em 15 de março de 2021 às 16h14.
Reflorestar para limitar o aquecimento global é um método geralmente aceito até mesmo por chefes de Estado não muito ecológicos e por várias multinacionais.
No entanto, especialistas alertam para os riscos de danos naturais e desperdício de dinheiro em projetos mal elaborados.
Em 2020, Mika Vanhanen, fundador da ONG finlandesa ENO, responsável pelo plantio de cerca de 30 milhões de árvores em todo o mundo durante 20 anos, fez parceria com Pekka Harju-Autti, especialista em "tecnologia ambiental", para desenvolver um novo modelo de plantio.
A ideia é usar a tecnologia para corrigir desvios ou erros no modelo existente.
Depois de vários anos, “algumas árvores plantadas morreram porque não tínhamos recursos para cuidar delas”, disse Vanhanen à AFP.
De acordo com o sindicato florestal turco, por exemplo, quase todas as 11 milhões de árvores plantadas no país no Dia Nacional das Florestas em 2019 morreram em poucos meses.
No Chile, um estudo revelou que alguns proprietários aproveitaram as vantagens financeiras que o sistema proporcionava, derrubando florestas que foram substituídas por novas.
Para evitar essas situações, agora é possível plantar árvores e acompanhar sua evolução por um aplicativo para smartphone.
Através de seu programa "TreeBuddy", Mika Vanhanen e Pekka Harju-Autti convidam empresas e particulares a "comprar" uma ou mais árvores, pelas quais também terão de pagar por sua manutenção durante 25 anos.
“Quando plantam uma árvore, os habitantes das redondezas tiram uma foto por geolocalização pela qual é pago 1 euro. Um ano depois voltam para verificar o crescimento, tiram uma nova foto e novamente pagam 1 euro, assim como cinco e dez anos depois ", explica Harju-Autti.
Esse euro paga a manutenção anual de cada exemplar, desde a irrigação até sua proteção contra a vida selvagem.
Um número provisório é de 7.000 a 10.000 árvores plantadas por comunidade, o que garante um bom reflorestamento ao longo do tempo.
O aplicativo para smartphone permite que o usuário controle sua própria "floresta virtual" e, o mais importante, incentiva as comunidades a manter suas florestas vivas.
“Uma das razões pelas quais a Amazônia está queimando é que as populações indígenas nem sempre percebem que obtêm benefícios econômicos de suas florestas, então às vezes as decisões não são as acertadas”, disse Harju-Autti.
O "TreeBuddy" já financiou cerca de 30.000 árvores nas Filipinas, Tibete e Índia, e arrecadou fundos para plantar ainda mais, especialmente na Ásia, África e América.
De acordo com Pekka Harju-Autti e Mika Vanhanen, seu programa também deve evitar outros problemas, alguns ligados ao plantio massivo de árvores, como a intrusão de espécies de outras regiões e danos ao ecossistema existente.
Em janeiro, uma pesquisa britânica estabeleceu dez "regras de ouro" para o plantio de árvores para evitar o fracasso de alguns projetos de grande escala.
Em particular, os autores deste estudo recomendam que as populações locais estejam no centro dos projetos e que, na medida do possível, a regeneração natural das florestas se torne uma prioridade.