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Rastreado, rebanho com brincos da JBS chega ao consumidor

No Pará, rede Atacadão recebe 12 toneladas de carne bovina rastreada e é a primeira a vender a proteína que atende a política pública do estado

Mitigação: para Tomazoni, caminho está na agricultura que resgata carbono (Nelson Almeida/AFP/Getty Images)

Mitigação: para Tomazoni, caminho está na agricultura que resgata carbono (Nelson Almeida/AFP/Getty Images)

Paula Pacheco
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 5 de novembro de 2025 às 07h31.

Na última segunda-feira (3), um carregamento de 12 toneladas de carne bovina foi entregue nas lojas da rede Atacadão (pertencente ao Grupo Carrefour Brasil), em Belém. Seria uma operação normal, do dia a dia de um varejista, se não fosse o fato de ser o primeiro lote de um rebanho criado usando brincos. Não um acessório qualquer, mas uma peça com tecnologia embutida que permite rastrear os animais e saber se não vieram de áreas de desmatamento ilegal.

O monitoramento dos animais deve atender as especificações do Programa Pecuária Sustentável do Pará, lançado na COP28, em Dubai, pelo Governo do Estado, e administrado pela Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará).

Até a adesão ao programa estadual, o Grupo Carrefour e todos os seus negócios já faziam a rastreabilidade por lotes com o uso da GTA (Guia de Trânsito Animal). Com o uso individual de brincos, a companhia avança na seleção dos fornecedores.

O Grupo Carrefour Brasil fez um aporte de R$ 10 milhões no programa paraense. O valor integra o Fundo de Florestas do Grupo Carrefour Brasil, que, segundo a empresa, destina R$ 50 milhões a projetos voltados ao combate ao desmatamento e à proteção da biodiversidade. A adesão foi anunciada em abril e conta também com a organização de conservação ambiental The Nature Conservancy (TNC).

A parceria entre governo, iniciativa privada e sociedade civil prevê que o gado utilize brincos eletrônicos conectados ao Sistema de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA) com o objetivo de garantir mais transparência na cadeia produtiva da carne. O controle sanitário, fundiária e socioambiental é feito desde o nascimento até o abate dos animais. O estado detém o segundo maior rebanho do país. Ao todo, são cerca de 26 milhões de cabeça de gado.

A partir de janeiro do ano que vem, a movimentação de bovinos e bubalinos no Pará terá de ser acompanhada de Guia de Trânsito Animal (GTA) e registro obrigatório no SRBIPA. Depois, a partir de janeiro de 2027, todo o rebanho estadual deverá estar identificado individualmente. Os brincos são fornecidos gratuitamente pelo Governo do Pará a produtores com até 100 animais. É preciso procurar a Adepará do município e realizar a identificação individual.

Os primeiros lotes de carne rastreada entregues no Atacadão, faltando uma semana para o início da COP30, em Belém, saíram de unidades da JBS. Até setembro, segundo a empresa de alimentos, já foram entregues aos criadores, sem custo, 123.765 tags.

Na terça-feira (4), Gilberto Tomazoni, CEO global daJBS, disse durante painel do evento Bloomberg Green, em São Paulo: “Ser sustentável é mais econômico e mais produtivo, então não tem um desafio econômico nesse processo.”

O que vai para a COP30

Segundo Tomazoni, da JBS, a pecuária regenerativa pode ter um papel muito importante na equação que vai buscar minimizar os impactos climáticos globais. No caso do Brasil, a contribuição pode vir da agricultura brasileira e sua capacidade de capturar mais carbono do que emite, nas palavras do executivo.

Alguns exemplos do setor agropecuário serão apresentados durante o evento em Belém pela SB COP, uma aliança global coordenada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) com o objetivo de articular a participação empresarial na agenda climática. O grupo de trabalho global de sistemas alimentares está sob comando de Tomazoni.

“Estamos levando sugestões da iniciativa privada para avançar em uma produção que captura carbono, com mecanismos de mensuração adequados, aumento de produtividade focado em pequenos e médios produtores e o destravamento de financiamentos de longo prazo para uma transição justa”, disse o CEO da JBS.

A integração lavoura, pecuária e floresta (ILPF) é um das formas de se alcançar tanto benefícios ambientais quanto econômicos, avaliou Tomazoni. Segundo ele, estudos indicam que fazendas com bom manejo podem capturar mais carbono do que o emitido. A agricultura poderia absorver até 26% das emissões globais.

“Há grandes fazendas que já capturam mais carbono do que emitem. Agora precisamos replicar essas boas práticas entre os pequenos produtores, oferecendo assistência técnica e linhas acessíveis de financiamento. Não se trata apenas de produtividade, mas também de inclusão”, citou Tomazoni.

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