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R$ 20 por uma vida: como o Instituto Ronald McDonald apoia crianças na luta contra o câncer

23 de agosto marca o McDia Feliz 2025: objetivo é direcionar R$ 25 milhões a partir da venda de Big Mac's e acolher mais famílias em tratamento oncológico

Bianca Provedel, CEO do Instituto Ronald McDonald: "Conseguimos reduzir o tempo entre primeiros sintomas ao tratamento oncológico em até três semanas"

Bianca Provedel, CEO do Instituto Ronald McDonald: "Conseguimos reduzir o tempo entre primeiros sintomas ao tratamento oncológico em até três semanas"

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 18 de agosto de 2025 às 06h00.

Anote no calendário: o dia 23 de agosto marca um sábado comum para nós, mas uma oportunidade única para o Instituto Ronald McDonald (IRM). Trata-se do McDia Feliz, quando todas as vendas do sanduíche Big Mac são revertidas para ações sociais da organização do terceiro setor.

A principal causa é o acolhimento de crianças e jovens em tratamento contra o câncer. O objetivo em 2025 é superar em R$ 3 milhões a quantia atingida no ano passado, de R$ 22 milhões, e bater a meta histórica.

O trabalho é realizado em conjunto com o seu parceiro-fundador, a rede de fast food McDonald’s. Cerca de 50% de todo o investimento feito pelo Instituto ao longo do ano deriva do McDia Feliz. Para o próximo ciclo, a organização vai apoiar 75 projetos de 48 instituições que trabalham pela saúde e bem-estar infantil.

No mundo, os números mostram o impacto das iniciativas do IRM. “Hoje, 90% dos hospitais pediátricos do mundo têm ao menos um programa apoiado pelo Instituto Ronald McDonald. Estamos globalmente presentes onde há tratamento pediátrico de qualidade”, explica a CEO do Instituto, Bianca Provedel. Ela conversou com exclusividade com a EXAME e contou mais detalhes de como a organização busca superar a máxima histórica em investimento, unindo engajamento do consumidor e doações de empresas nesta boa causa.

Como funciona o McDia Feliz?

A 37ª edição da campanha comercializa tíquetes físicos ou digitais que podem ser trocados por Big Macs pelo valor de R$ 20, quantia que vai integralmente para o Instituto. O objetivo é garantir que todas as famílias conquistem tratamentos de qualidade contra o câncer.

Neste ano, a skatista e medalhista olímpica Rayssa Leal é a embaixadora nacional da campanha: a ‘Fadinha’ emprestou sua imagem para apoiar a causa e unir novos públicos a favor do tratamento oncológico. A organização também vende produtos oficiais da campanha assinados pela estilista Lethicia Bronstein, que já trabalha com a organização pelo quinto ano consecutivo.

O papel das empresas também é essencial para a realização do McDia Feliz: mais de 164 companhias apoiam o instituto a partir de doações diretas e compras de produtos. O IRM também realiza eventos com foco no engajamento do setor privado. Entre esses apoiadores estão o iFood, que permite que os clientes doem para o Instituto durante a compra na plataforma, e o Nubank, que facilita a compra de tíquetes do McDia a partir de pontos de fidelidade. “Assim, as companhias conectam o propósito com o engajamento de público interno e consumidores. Nessas parcerias, geramos uma ação de ganha-ganha a partir da reputação”, explica a CEO.

Segundo Provedel, o Instituto tem um mote claro: “Cada vida vale todo o esforço que pudermos fazer”, conta. Hoje, o câncer é a doença que mais mata crianças e jovens de um a 19 anos no Brasil, e mesmo assim, os desafios até esse diagnóstico precoce são muitos.

Ela explica que, de acordo com dados da entidade, a cada dez crianças com câncer, três morrem sem o diagnóstico.

Das outras sete crianças, cerca de quatro desistem do tratamento devido às dificuldades encontradas no processo, seja a manutenção da família durante o tratamento ou os obstáculos financeiros. A maioria dos acompanhantes não consegue manter às idas frequentes ao hospitais e um emprego formal, o que agrava a vulnerabilidade das famílias.

A doença ainda adquire novos tons a partir da desigualdade de acesso à saúde nas regiões brasileiras. No Norte, a chance de cura é de 50%, enquanto no Sul chega a 75%.

"Se pensarmos em comunidades ribeirinhas e na diversidade da floresta amazônica, o acesso à saúde exige até 2 a 3 dias de barco. Em São Paulo, o tempo de deslocamento do posto de saúde para o centro de tratamento é de minutos; no Norte, são dias"afirma Bianca Provedel.

Atuação do Instituto Ronald McDonald

O trabalho do IRM é amplo, assim como as necessidades das crianças brasileiras: entre os 75 projetos financiados pelo programa estão políticas de diagnóstico precoce, por meio do qual capacitam profissionais da saúde e educação. A ideia é que possam identificar os sintomas e encaminhar as crianças e adolescentes para especialistas e tratamentos de qualidade de forma mais ágil.

O esforço inclui profissionais de Unidades de Pronto Atendimento, Unidades Básicas de Saúde e postos médicos, além de professores de escolas públicas. “Conseguimos reduzir o tempo entre primeiros sintomas ao tratamento em até três semanas. Em crianças — em que diagnóstico precoce é decisivo, já que as células se multiplicam muito mais rápido —, isso aumenta a chance de cura em até sete vezes”, afirma Provedel. Ao todo, mais de 45 mil profissionais já foram capacitados.

Durante o tratamento, o cuidado está em garantir que cada hospital tenha a melhor infraestrutura para os procedimentos, seja com novos equipamentos ou reformas estruturais. Além de hospitais públicos, também recebem apoio as organizações que atendem até 70% de pacientes vindo do Sistema Único de Saúde. Nesse suporte estão os “espaços da família”, locais que buscam dar mais conforto para parentes entre as consultas, sessões de quimioterapia e exames. Há espaços para as crianças brincarem e salas para que os responsáveis possam descansar e se refrescar.

Acolhimento de famílias no tratamento contra o câncer

Com foco nas famílias, o Instituto criou as Casas Ronald McDonald, que funcionam como abrigos para pacientes e acompanhantes de outras regiões ou em vulnerabilidade financeira. “Oferecemos hospedagem, alimentação, transporte até o hospital, apoio escolar e psicossocial. As mães e pais também têm acesso a cursos profissionalizantes”, explica a CEO.

Ao todo, são sete casas em operação no Brasil, além de uma em construção, com unidades espalhadas por São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Belém e Goiânia, sempre próximas a hospitais de referência.

O trabalho depende ainda de um extenso acompanhamento de assistência social, que prevê que as famílias retornem para as suas superando a situação de vulnerabilidade que enfrentavam anteriormente. “Contamos com parceiros para ajudar na habitação e moradia, reinserção no mercado de trabalho e alimentação”, explica Provedel.

Isso ajuda a reduzir as taxas de estresse e ansiedade de toda a família após o fim do tratamento oncológico: mesmo tendo superado o câncer, o retorno para os demais filhos, a casa onde moram e a incerteza sobre o que foi deixado para trás preocupa boa parte dos responsáveis.

O desafio do Instituto Ronald McDonald agora é levar mais e mais conhecimento para famílias de um Brasil extremamente desigual. “Explicar os sinais e sintomas de forma fácil, como por aplicativos e jogos, ajuda a simplificar informações que muitas vezes lutamos para entender. Conhecer o câncer o mais rápido possível é um divisor de águas na vida de muitas crianças”, afirma a CEO.

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