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Um estudo recente projeta que o mercado global de gêmeos digitais deve crescer a uma taxa de 60% ao ano nos próximos 5 anos, ultrapassando US$ 70 bilhões nos próximos três anos. (shotsstudio/envato)
Colunista
Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 14h00.
A indústria de energia enfrenta inúmeros desafios na busca por maior eficiência operacional, como por exemplo evitar custos com interrupções inesperadas ou planejar a manutenção de equipamentos. Um dos grandes diferenciais competitivos é justamente a capacidade de se antecipar a esses problemas. A tecnologia dos gêmeos digitais (digital twin) consiste na criação de réplicas virtuais de ativos físicos, que são alimentadas por dados em tempo real coletados por sensores instalados nos próprios equipamentos.
Para se ter uma ideia da magnitude dessa tecnologia, um estudo recente projeta que o mercado global de gêmeos digitais deve crescer a uma taxa de 60% ao ano nos próximos 5 anos, ultrapassando US$ 70 bilhões nos próximos três anos.
Os gêmeos digitais estão sendo aplicados no monitoramento de baterias, analisando o ciclo de vida e a capacidade de recarregamento em diferentes cenários. Em redes de distribuição, é possível analisar potenciais perdas de energia, localizar uma linha superaquecida ou prevenir quedas de energia, melhorando a eficiência da transmissão.
O conceito de gêmeos digitais também pode ser aplicado em escala macro, até mesmo para representar a Terra. O objetivo é conseguir representar com maior precisão os impactos das mudanças climáticas e eventos extremos, desde a escala global até a local. Isso tem atraído interesses de empresas como a NVIDIA, que anunciou o Earth-2 com uma resolução de 2 quilômetros do clima da Terra, e de organizações governamentais como a ECMWF, que lançou a iniciativa DestinE.
Por outro lado, a tecnologia ainda enfrenta desafios, como a gestão e processamento de grandes volumes de dados. Para funcionar corretamente é necessária uma infraestrutura robusta de TI para evitar perdas e atrasos de comunicação entre os sistemas real e virtual.
Com espaço para avanço, a Inteligência Artificial é uma forte aliada dos gêmeos digitais, com a melhora da previsão, otimização e monitoração de sistemas de energia. A internet das coisas (IoT) também impulsiona o crescimento da tecnologia, melhorando a coleta e a precisão dos dados em tempo real.
Assim, os gêmeos digitais já estão transformando os sistemas de energia e apresentam um grande potencial de expansão, com aplicações que podem se estender para outros setores da economia.