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Proteína de algas marinhas pode potencializar antibióticos e reduzir dose em 95%, aponta estudo

Pesquisa da Universidade Federal do Ceará revelou que biodiversidade marinha fornece solução natural contra resistência de bactérias aos medicamentos

Pesquisadores identificaram que proteínas de organismos marinhos podem potencializar o efeito de antibióticos (Amr Alfiky/The New York Times)

Pesquisadores identificaram que proteínas de organismos marinhos podem potencializar o efeito de antibióticos (Amr Alfiky/The New York Times)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 16h06.

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Em meio à crescente preocupação global com a resistência bacteriana a antibióticos, cientistas brasileiros descobriram uma solução promissora nos mares. Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) identificaram que proteínas extraídas de organismos marinhos do litoral cearense podem potencializar o efeito de antibióticos convencionais, apresentando uma solução sustentável baseada na biodiversidade nacional.

O estudo, publicado nos "Anais da Academia Brasileira de Ciências", destaca que a preservação dos ecossistemas marinhos não é essencial apenas para o equilíbrio ambiental, mas também como fonte de soluções baseadas na natureza.

A pesquisa focou em oito tipos de lectinas - proteínas encontradas em algas e esponjas marinhas da costa cearense. Algumas das variedades apresentam a capacidade de fragilizar as células bacterianas, aumentando a eficiência dos medicamentos. “Isso pode resultar em menos custos com antibióticos e menos efeitos adversos aos pacientes", explica Rômulo Farias Carneiro, autor do estudo.

Biodiversidade marinha

As algas vermelhas, em particular, se destacaram nos testes, demonstrando capacidade de reduzir em até 95% a quantidade necessária de antibióticos em certos tratamentos. “Além disso, nosso estudo mostrou que algumas bactérias, anteriormente resistentes a certos antibióticos, tornaram-se sensíveis novamente quando o fármaco foi usado em conjunto com as lectinas”, explica Carneiro.

Segundo a pesquisa, em um momento em que os oceanos enfrentam ameaças crescentes como poluição, aquecimento global e acidificação, a perda de biodiversidade marinha pode significar também a perda de potenciais avanços científicos e tecnológicos.

Carneiro acredita que no futuro, as lectinas das algas podem ser usadas como agentes no reforço contra bactérias resistentes, o que pode ajudar a reduzir os custos dos tratamentos e oferecer soluções inovadoras para esse desafio global.

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