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O projeto estima alcançar 400 mil hectares de manejo sustentável através da atuação de organizações parceiras nos países contemplados e impactar positivamente a vida de 8 mil famílias (Instituto Conexões/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 28 de maio de 2025 às 12h44.
Última atualização em 28 de maio de 2025 às 12h45.
Mirando o desenvolvimento da sociobioeconomia na região Pan-Amazônica, o Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus) lança nesta quarta-feira, 28, um projeto inédito que irá impulsionar 100 negócios comunitários em seis países da região: Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.
Batizado de "AmazonBeEco", o investimento previsto é de US$ 7 milhões (R$ 39.526.900) durante quatro anos, com a missão de ampliar o acesso a crédito e mercados para os pequenos empreendedores e promover soluções verdes para as realidades locais.
O Conexões Sustentáveis estima alcançar 400 mil hectares de manejo sustentável através da atuação de organizações parceiras nos países contemplados e impactar positivamente a vida de 8 mil famílias, além de gerar um aumento de 30% na renda anual das comunidades.
Enquanto o instituto atua como executor das ações, sua unidade nos Estados Unidos funciona será co-executora e os recursos são provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Fundo Verde para o Clima (GCF).
A estratégia abrange três eixos principais. O primeiro foca no desenvolvimento de um ambiente favorável, com foco na criação de uma rede Pan-Amazônica de parceiros que apoie ativamente os negócios comunitários e mobilize mais recursos.
O segundo visa apoiar a competitividade dos negócios por meio de assistência técnica para aprimorar a maturidade operacional, inovação e acesso a mercados. Já o terceiro se concentra no acesso ao financiamento para os empreendedores, seja através de instrumentos públicos e privados já existentes ou pela criação de novos mecanismos de crédito.
Fabíola Zerbini, diretora executiva da Conexsus, destacou em primeira mão à EXAME o caráter pioneiro da articulação.
"É um marco inédito na construção de uma agenda comum pela ativação de ecossistemas da sociobioeconomia. Pela primeira vez, seis países amazônicos se articulam de forma coordenada para fortalecer as cadeias econômicas sustentáveis", afirmou.
Segundo a executiva, a aliança é ao mesmo tempo um gesto político e técnico de integração regional — e uma afirmação de que a cooperação entre territórios e saberes é o caminho para soluções reais e duradouras.
Para Wain Collen, CEO da Fundación Aliados, organização implementadora do projeto no Equador, onde ocorreu o lançamento, a iniciativa representa "uma oportunidade importante para impulsionar negócios sustentáveis que unem desenvolvimento econômico e conservação na Amazônia".
Além disso, representa a criação de um ambiente único para trocar experiências e unir esforços em uma forte aliança regional que está mudando a forma de fazer negócios na região.
O que move o projeto é a bioeconomia, modelo de envolvimento da promoção de cadeias de valor sustentáveis fundamentadas na conservação da floresta e da sociobiodiversidade.
As atividades são realizadas por pequenos agricultores, comunidades tradicionais e indígenas, frequentemente organizadas em cooperativas ou associações. Esses grupos formam os negócios comunitários, com ênfase no reconhecimento dos saberes tradicionais e na partilha de benefícios coletivos para a comunidade e o meio ambiente.
O Brasil é solo fértil para o modelo e tem atraído cada vez mais investimentos. Na Amazônia, o Pará pode ser o grande epicentro: este potencial de produção pode atingir 4,5% do PIB estadual até 2030. Só na capital Belém, onde será realizada a COP30 neste ano, as cadeias produtivas da floresta podem acrescentar R$ 170 bilhões até 2040.