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Primeira metade de 2025 é recorde em desastres climáticos nos EUA

Nos primeiros meses de 2025, 14 eventos climáticos extremos atingiram os Estados Unidos, com prejuízos de pelo menos US$ 1 bilhão — o maior custo desde 1980

Incêndio em Los Angeles no começo deste ano custou US$ 61 bilhões ao país (AGUSTIN PAULLIER/AFP)

Incêndio em Los Angeles no começo deste ano custou US$ 61 bilhões ao país (AGUSTIN PAULLIER/AFP)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 23 de outubro de 2025 às 16h34.

Última atualização em 23 de outubro de 2025 às 17h15.

O primeiro semestre de 2025 entrou para a história como o período mais caro em desastres naturais de grande escala nos Estados Unidos. Os incêndios florestais que atingiram Los Angeles e uma série de tempestades pelo país foram os principais responsáveis por esse cenário alarmante.

Os dados foram levantados pela Climate Central, uma organização de pesquisa que trabalha com questões climáticas. A entidade decidiu dar continuidade a um monitoramento que vinha sendo feito pelo governo americano, mas que foi interrompido durante a administração de Donald Trump.

Entre janeiro e junho deste ano, os Estados Unidos foram atingidos por 14 desastres climáticos diferentes, cada um gerando prejuízos de pelo menos US$ 1 bilhão. Somados, esses eventos causaram danos de US$ 101 bilhões, considerando perdas de residências, estabelecimentos comerciais, estradas e outras estruturas. Esse total supera qualquer primeiro semestre desde que os registros começaram a ser feitos em 1980.

Custo dos incêndios em Los Angeles

Os incêndios que devastaram áreas de Los Angeles em janeiro foram responsáveis pela maior parte desse valor. O desastre destruiu aproximadamente 16 mil construções e causou a morte indireta de cerca de 400 pessoas. Com prejuízos estimados em US$ 61 bilhões, os incêndios de Los Angeles figuram entre os desastres climáticos mais caros já registrados no país e representam o único evento entre os dez maiores que não é um furacão.

O crescimento dos custos relacionados a incêndios, tempestades, furacões, secas e enchentes, todos intensificados pela crise climática de origem humana, vinha sendo documentado há 45 anos pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, conhecida como Noaa. No entanto, em maio deste ano, o governo Trump decidiu aposentar essa base de dados, justificando a medida com mudanças nas prioridades, mandatos legais e na equipe de trabalho.

As informações sobre desastres bilionários até o final de 2024 ainda podem ser encontradas no site da Noaa, mas estão congeladas. Foi então que a Climate Central decidiu dar sequência a esse trabalho, reconhecendo sua relevância como indicador da crise climática e como ferramenta de planejamento para cidades e estados que enfrentam riscos cada vez maiores de eventos climáticos extremos.

Mudanças climáticas já custam mais

A análise das últimas quatro décadas mostra que esses desastres se tornaram bem mais intensos. Entre 1985 e 1995, o custo total dos desastres ficou em US$ 299 bilhões, um valor modesto se comparado aos danos da última década, que alcançaram US$ 1,4 trilhão entre 2014 e 2024.

Adam Smith, que liderou o projeto sobre desastres bilionários na Noaa por 20 anos antes de deixar a agência em maio, durante uma reestruturação da força de trabalho federal promovida por Trump, destacou a importância desse acompanhamento. Em entrevista ao The Guardian, ele explicou que havia demanda do setor privado, de comunidades locais e do meio acadêmico por essas informações.

Agora trabalhando na Climate Central, Smith explicou que os dados mais recentes foram reunidos seguindo a mesma metodologia utilizada pela Noaa. Ele observou que há um aumento claro na frequência e intensidade desses eventos de grande escala, com uma mudança marcante a partir de 2017. Segundo ele, as mudanças climáticas estão amplificando tanto a força quanto a recorrência dos eventos extremos.

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