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Prêmio Sim à Igualdade Racial: vencedores usam afeto como ferramenta contra o racismo; veja os nomes

ID_BR seleciona personalidades e organizações com feitos pela diversidade racial e combate à discriminação em diferentes frentes, como educação, cultura e empregabilidade

Tom Mendes, diretor institucional do ID_BR, e Luana Génot, CEO do ID_BR, usam protagonismo da população racializada como potência para economia, educação e cultura (ID_BR/Divulgação)

Tom Mendes, diretor institucional do ID_BR, e Luana Génot, CEO do ID_BR, usam protagonismo da população racializada como potência para economia, educação e cultura (ID_BR/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 8 de maio de 2025 às 06h00.

Última atualização em 8 de maio de 2025 às 08h04.

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Do Rio de Janeiro*

Na noite desta quarta-feira, 7, o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) realizou a final do Prêmio Sim à Igualdade Racial, evento que destaca os principais nomes e iniciativas em prol da justiça e equidade entre raças e etnias no Brasil. Com o tema  “Carisma”, a edição de 2025 buscou valorizar as ações que transformam a realidade de 56% da população brasileira com afeto, poder e influência.

O evento ainda buscou combinar o combate à discriminação racial com outros temas que impactam diretamente às populações negras e indígenas, como meio ambiente, justiça climática, equidade de gênero e a COP30, a Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas, realizada em Belém.

Além da apresentação dos projetos e das personalidades vencedoras de cada categoria, a noite ainda foi composta por shows de grandes cantores e músicos que usam a sua voz como ferramenta de enfrentamento das desigualdades.

Alguns desses nomes são: o rapper Djonga, famoso por jogar sal nas feridas do passado escravocrata do país, além do sambista Belo e Sandra de Sá. O cantor Jota Pê, o DJ Dom Filó e Majur também entram para a soma, além dos trios Ilê Aiyê e Os Garotin. A arte indígena também foi valorizada no prêmio, com a apresentação das cantoras Zaynara e Kaê Guajajara.

Combate ao racismo

Em entrevista à EXAME, Luana Génot, CEO e fundadora do ID_BR, comentou que o tema Carisma se conecta com a possibilidade de acessar aspectos emocionais e manter viva a jornada do enfrentamento ao racismo. “Quando a gente entende como influenciar pessoas a falarem mais sobre essa pauta, afetamos mais públicos. Não dá para passar pela injustiça racial e simplesmente ignorar, porque o Brasil perde com isso”, explicou.

Segundo a CEO, o evento busca trazer a população racializada como uma potência, já que o país só tem a ganhar ao trazer mais igualdade na sua economia, trabalho, educação, entre outros. “Não dá mais para termos a cara da diarista e a cara do CEO como visões distintas. A gente precisa ser afetado por essas coisas e sair do piloto automático. Queremos usar as narrativas de pessoas para entender como o Brasil pode ganhar se todos tiverem as mesmas oportunidades”, contou.

Retrocessos na diversidade?

Sobre as mudanças no cenário de diversidade, como as empresas retrocedendo em suas metas quanto a inclusão de grupos minorizados, ela afirma que o Brasil segue outra dinâmica do que é visto nos EUA, onde esse movimento ganhou força após a eleição de Donald Trump. “O dinheiro não some, ele se transforma. A gente segue pautando o enfrentamento ao racismo para as marcas entenderem que a gente precisa continuar falando com essa população no Brasil”, disse.

Já Tom Mendes, diretor institucional do ID_BR, afirma que tocar o maior prêmio de diversidade e inclusão da América Latina trata de premiar as personalidades e organizações que fazem a diferença no mundo. “’bell hooks’ disse que o amor é o que o amor faz. Também acredito que o mesmo vale para o carisma. Não adianta ter poder e influência e não fazer nada com isso”, afirmou.

Para Mendes, essa premiação mostra o papel do Brasil no fortalecimento das políticas de inclusão. “Existe, sim, uma corrente mundial de despriorizar a diversidade. Esse evento mostra, no entanto, que o Brasil está fazendo muito. Tem muita gente negra, indígena e aliados querendo inovar, com boas iniciativas e prontos para agir”, conta.

Conheça os vencedores de cada categoria deste ano:

Cultura:

Arte em movimento: Batekoo

Influência e representatividade: Adalberto Neto

Raça em pauta: Mídia Indígena

Destaque publicitário: Respeita Meu Capelo

Educação:

Educação e oportunidades: Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)

Inspiração: Cacica Maria Valdelice

Intelectualidade: Fernanda Caigang

Antirracismo ambiental (homenagem): Nelinha do Babaçu

Empregabilidade:

Comprometimento racial: L’Oréal

Liderança: Cida Bento

Trajetória empreendedora: PSICA

*A repórter viajou a convite do ID_BR.

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