ESG

Potencial de adaptação às mudanças climáticas não é ilimitado, afirmam cientistas durante a COP27

O documento 10 New Insights in Climate Science traz as principais conclusões sobre o clima, além de enfatizar os limites da humanidade para se adaptar aos impactos inevitáveis ​​das mudanças climáticas

Na COP27, cientistas afirmam que grupos humanos serão mais suscetíveis aos riscos das mudanças climáticas (Leandro Fonseca/Exame)

Na COP27, cientistas afirmam que grupos humanos serão mais suscetíveis aos riscos das mudanças climáticas (Leandro Fonseca/Exame)

Na COP27, que está acontecendo em Sharm el-Sheikh, no Egito, os principais especialistas globais das ciências naturais e sociais apresentaram hoje, o estudo 10 New Insights in Climate Science, com principais conclusões retiradas das últimas pesquisas relacionadas às mudanças climáticas desde 2021.

O estudo também trata sobre os limites da humanidade para se adaptar aos impactos inevitáveis ​​das mudanças climáticas, incluindo secas, tempestades e inundações cada vez mais frequentes e severas. O relatório foi lançado pelas redes internacionais Future Earth, The Earth League e World Climate Research Program (WCRP).

O evento de lançamento contou com a presença do Secretário Executivo de Mudanças Climáticas da ONU (Organização das Nações Unidads), Simon Stiell. “A ciência fornece evidências e dados sobre os impactos das mudanças climáticas, mas também nos fornece as ferramentas e o conhecimento de como precisamos lidar com isso. Como a Presidência egípcia da COP27 deixou muito claro, estamos agora claramente na era da implementação, e isso significa ação. Mas nada disso pode acontecer sem dados, sem evidências para informar as decisões ou a ciência que apóia programas e políticas”, afirmou Stiell.

A EXAME está na COP27, da ONU. Acesse a página especial e saiba tudo o que acontece no mais importante evento de mudanças climáticas, sustentabilidade e sociedade

No relatório, cientistas de todo o mundo enfatizam as complexas interações entre as mudanças climáticas e outros fatores de risco, como conflitos, pandemias, crises alimentares e desafios de desenvolvimento subjacentes. Através da pesquisa, os cientistas descobriram que o potencial de adaptação às mudanças climáticas não é ilimitado.

O aumento do nível do mar capaz de submergir as comunidades costeiras e o calor intolerável para o corpo humano são exemplos de limites “rígidos” à nossa capacidade de adaptação. Eles também destacam que mais de 3 bilhões de pessoas habitarão “pontos de acesso de vulnerabilidade” – áreas com maior suscetibilidade a riscos climáticos – até 2050, o dobro do que é hoje.

“A adaptação sozinha não consegue acompanhar os impactos das mudanças climáticas, que já são piores do que o previsto”, disse Stiell. “As ações de adaptação ainda são cruciais e críticas para atualizar os esforços de pequena escala, fragmentados e reativos. Mas o potencial de adaptação às mudanças climáticas não é ilimitado. E eles não impedirão todas as perdas e danos que vimos. Portanto, aplaudo as Partes por colocarem Perdas e Danos na agenda da COP27 e aguardo uma discussão completa sobre esta questão”, comenta Stiell.

Os cientistas destacam ainda que a dependência persistente de combustíveis fósseis exacerba grandes vulnerabilidades, principalmente para energia e segurança alimentar, e que uma mitigação profunda e rápida para combater as mudanças climáticas é imediatamente necessária para evitar e minimizar perdas e danos futuros.

“Quanto menos mitigamos, mais temos que nos adaptar. Assim, investir em mitigação é uma forma de reduzir a necessidade de investir em adaptação e resiliência. Isso significa apresentar planos nacionais de ação climática mais fortes – e fazê-lo agora”, disse Stiell.

À medida que a ciência avança, temos mais evidências de custos massivos, riscos, mas também benefícios globais de perda danos, através de um pouso ordenado e seguro do mundo dentro da faixa climática de Paris. O sucesso requer colaboração global e velocidade em uma escala sem precedentes”, concluiu o Prof. Johan Rockström, co-presidente da Liga da Terra, da Comissão da Terra e Diretor do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático.

O relatório completo e outros materiais podem ser encontrados aqui.

LEIA TAMBÉM:

Acompanhe tudo sobre:Exame na COP27Mudanças climáticas

Mais de ESG

O que é circuit breaker? Entenda e relembre as ‘paradas’ da bolsa brasileira

15 ideias de fazer renda extra pela Internet

Mutirão de negociação: consumidores endividados têm até dia 30 para renegociar dívidas

Black Fralda dará descontos de até 70% em produtos infantis e sorteio de R$ 500 em fraldas