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Portugal decreta estado de alerta com calor extremo de até 45°C e risco máximo de incêndios

Governo ativa dispositivo preventivo até quinta-feira enquanto ondas de calor se tornam mais frequentes e intensas devido às mudanças climáticas

Autoridades demonstram preocupação frente a "uma semana muito difícil" para o combate aos focos de fogo em todo país (Getty Images)

Autoridades demonstram preocupação frente a "uma semana muito difícil" para o combate aos focos de fogo em todo país (Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 3 de agosto de 2025 às 15h15.

Última atualização em 3 de agosto de 2025 às 15h28.

Em mais uma onda de calor agravada pelas mudanças climáticas globais, o governo de Portugal decretou estado de alerta preventivo até esta quinta-feira, 3.

Nos próximos dias, os termômetros podem atingir até 45°C em algumas regiões do país e o pico esperado é na segunda-feira.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou quase todo o território nacional em aviso laranja devido às temperaturas altas e com elevado risco de incêndios florestais. A única exceção é o distrito de Faro, em alerta amarelo, mas ainda assim sob vigilância.

A região da Lezíria, em Santarém, deve registrar temperaturas máximas de 44°C, enquanto a capital Lisboa pode chegar aos 40°C.

O interior do país será particularmente afetado, com Évora prevendo 43°C, Beja 42°C, e Castelo Branco próximo dos 40°C. Segundo meteorologistas do MetSul, este fenômeno é resultado de uma Depressão Isolada em Níveis Altos (DANA) posicionada entre a Madeira e os Açores, o que impulsiona uma massa de ar extremamente quente originária do norte da África.

Dupla ameaça: calor extremo e incêndios

A ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, disse que há preocupação para o risco elevado de incêndios florestais e que a próxima semana tende a ser "muito difícil" para o combate.

As regiões Norte, Centro e Algarve estão sob alerta máximo para incêndios, enquanto Lisboa, Setúbal, Porto e outras cidades litorâneas enfrentam risco moderado.

A combinação de temperaturas elevadas e baixos níveis de umidade cria condições para o surgimento e propagação de focos de fogo com potencial de se alastrarem rapidamente.

Os dados revelam a gravidade da situação: entre 22 e 28 de julho, Portugal registrou 264 mortes pelo calor extremo, um aumento de 21,2% na mortalidade causada pelo evento extremo do clima. A região Norte foi a mais afetada, com a maioria das vítimas sendo pessoas com mais de 75 anos.

A Direção-Geral da Saúde do país reforçou alertas especiais para grupos vulneráveis às ondas de calor: idosos, pessoas em isolamento social e aqueles que vivem em habitações sem sistemas de refrigeração adequados.

Especialistas alertam que este episódio de calor não é um evento isolado, mas parte de um padrão preocupante que se intensifica com a crise climática. Em junho, Portugal e Espanha registraram o mês mais quente da história, um reflexo de como a região ibérica se tornou um dos pontos mais sensíveis ao aquecimento global na Europa.

Desde a tragédia de Pedrógão Grande em 2017, que vitimou 66 pessoas, Portugal tem enfrentado ondas de incêndios florestais consecutivas anualmente. O que antes eram verões quentes e secos "normais" na região mediterrânea, se transformaram em eventos climáticos com potencial devastador.

Adaptação climática e prevenção

Em meio ao estado de alerta, a recomendação local é que a população tome medidas preventivas para conter os maiores danos da onda de calor: hidratação constante, evitar exposição solar entre 11h e 17h, e atenção a sinais de desidratação e exaustão térmica.

Por outro lado, a situação também reforça a urgência de políticas públicas eficazes de adaptação climática e preparação nas comunidades para lidar com os efeitos mais severos do "novo clima".

Portugal, como muitos países mediterrâneos, precisa desenvolver estratégias de longo prazo para tornar as cidades mais resilientes frente à realidade em que ondas de calor extremo e incêndios florestais se tornam cada vez mais intensos e frequentes. 

A previsão indica que as temperaturas começarão a diminuir gradualmente a partir de quarta-feira.

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