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Por que o Brasil é o primeiro a discursar na Assembleia Geral da ONU

O representante brasileiro tem destaque nos discursos que acontecem durante a Assembleia Geral; entenda acontecimentos históricos que contribuíram para isso

Brasil na Assembleia Geral: entenda os possíveis motivos por trás da relevância do dircurso brasileiro no evento da ONU (DON EMMERT/AFP/Getty Images)

Brasil na Assembleia Geral: entenda os possíveis motivos por trás da relevância do dircurso brasileiro no evento da ONU (DON EMMERT/AFP/Getty Images)

Fernanda Bastos
Fernanda Bastos

Repórter de ESG

Publicado em 25 de agosto de 2023 às 12h15.

Última atualização em 25 de agosto de 2023 às 15h57.

Com a aproximação da 78º sessão da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), há uma expectativa sobre quais serão as resoluções da reunião deste ano. Chefes de Estado e de Governo, ministros e outros representantes se preparam para ir a Nova York discutir questões importantes sobre cooperação internacional e direitos humanos, além de votações para orçamentos e outros detalhes. Apesar da reunião contar com muitos escopos diferentes, há um detalhe que pode passar despercebido à primeira vista: o Brasil é o primeiro país a discursar na abertura da Assembleia, antes mesmo do representante dos Estados Unidos. 

A decisão o destaque brasileiro na Assembleia Geral não é uma regra escrita, e existem muitos fatos históricos atribuídos a este acontecimento. Não há, no entanto, um consenso sobre qual deles é a razão principal pela qual o país sul-americano tem esse papel de destaque na Assembleia. Por isso, a EXAME ESG separou alguns fatos que são comumente conhecidos para justificarem o papel de relevância do Brasil no evento diplomático. 

Há bastante expectativa para a fala do presidente Lula no evento deste ano. No ano passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro usou o espaço para falar sobre a Petrobras, agronegócio e também criticar governos de esquerda no país

Osvaldo Aranha e o Conselho de Segurança

Quando foi fundada em 1945 no contexto pós-Segunda Guerra, a ONU divulgou a Carta das Nações Unidas. E, dois anos depois, aconteceu o primeiro discurso brasileiro em uma sessão da Assembleia Geral. Quem foi o representante escolhido do Brasil para participar da abertura foi o ministro de Relações Exteriores da época, Osvaldo Aranha. 

O ministro também tem destaque, pois ele participou da 1ª Sessão Especial da Assembleia, que definiu a criação do Estado de Israel e a divisão da Palestina. Aranha teve papel decisivo para que a votação não fosse adiada. A postura brasileira, tradicionalmente neutra, ajudou a reduzir as tensões entre Estados Unidos e União Soviética, e isso foi muito valorizado naquele início de guerra fria, e esse fato é considerado determinante para a manutenção da tradição de dar ao representante brasileiro a primeira palavra. 

Há outro motivo considerado determinante para a tradição que é o fato de o Brasil ter ficado de fora do Conselho de Segurança da ONU, posição almejada pelo país até hoje. A possibilidade de abrir a assembleia teria sido uma espécie de "prêmio de consolação" para a diplomacia brasileira.

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O Brasil se voluntariou para discursar

Outro fato a ser considerado é que, historicamente, o Brsil se voluntariou nos discursos. Em 1949, 1950, e 1951, o país foi o primeiro país a se pronunciar na reunião. Quatro anos depois, a liturgia foi a seguinte: o secretário-geral realizou a abertura, depois, o presidente da Assembleia Geral discursa, seguido pelos porta-vozes brasileiros e estadunidenses. Já para os outros países o regulamento é o seguinte: há uma hierarquização dos oradores e das falas, entre outros argumentos. Essa é a ordem vigente para as sessões mais recentes da Assembleia Geral

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