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As vendas de carros elétricos novos cresceram 50,7% nos primeiros oito meses de 2025, segundo dados da Anfavea (Jasmin Merdan/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 11h26.
Em meio ao crescimento nas vendas de elétricos, o Brasil ainda enfrenta barreiras de infraestrutura de carregamento e distribuição para sair na frente da corrida de eletromobilidade.
Esta é a principal preocupação dos consumidores na hora da compra: já imaginou ficar sem energia em uma viagem mais longa?
Por outro lado, há potencial e interesse da indústria em driblar este desafio e aliar a tecnologia para a descarbonização do setor que é responsável por cerca de 11% das emissões nacionais.
Um levantamento da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) com a Tupi revela que estamos avançando, mesmo que de forma desigual e com foco maior nos carregadores rápidos -- mais comuns em shoppings e supermercados.
Os dados mostram que os pontos de recarga rápida no país subiram 59% de agosto de 2024 a setembro de 2025, totalizando 16.880 eletropostos presentes em 1.499 municípios brasileiros.
No entanto, estes que carregam em até 20 minutos representam apenas 23% do total (3.855). Já os lentos demoram de 5 horas a 12 horas e equivalem a 77% (13.025).
"A queda de custos dos equipamentos e a crescente demanda dos usuários por recargas de longa distância estão levando os operadores a priorizar investimentos em carregadores rápidos”, destacou em comunicado Davi Bertoncello, diretor de Comunicação da ABVE e fundador da Tupi Mobilidade.
Além disso, há uma distribuição irregular: o Sudeste contempla quase metade dos pontos de recarga (com 7,9 mil pontos), com São Paulo concentrando 4.678 do total. Além disso, o estado dispara como maior mercado de eletrificados, com a participação de 30,9% da frota que circula no Brasil.
No Brasil, a frota de veículos elétricos plug in totalizou 302.225 unidades em agosto, o que significa 18 veículos por eletroposto.
Da frota, 44,5% são 100% movidos a bateria e exigem infraestrutura de recarga, enquanto o restante é híbrido (funciona também com combustão e tem dependência parcial).
Para efeito de comparação, a China, líder em elétricos, registrou até julho de 2024 o total de 16,7 milhões postos de carregamento e 37 milhões de veículos em circulação.
O mercado brasileiro de veículos elétricos registrou crescimento em 2025. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que as vendas de carros elétricos novos cresceram 50,7% nos primeiros oito meses do ano, totalizando 164,6 mil unidades em comparação ao mesmo período de 2024.
Paralelamente a alta na compra, a infraestrutura de recarga expandiu. Para a ABVE, os indicadores "evidenciam uma dinâmica de crescimento que combina expansão territorial e fortalecimento da rede existente", sinalizando maior maturidade do setor no país.