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Perfumes do Boticário serão feitos com bagaço de cana-de-açúcar

Novo processo de produção, que foi desenvolvido pela Raízen, utiliza "eco álcool" que reaproveita resíduos da indústria

Malbec Bleu, perfume de O Boticário: a partir de agora, todos itens de perfumaria da marca terão álcool obtido do bagaço da cana-de-açúcar (O Boticário/ Youtube/Reprodução)

Malbec Bleu, perfume de O Boticário: a partir de agora, todos itens de perfumaria da marca terão álcool obtido do bagaço da cana-de-açúcar (O Boticário/ Youtube/Reprodução)

O Boticário anunciou que passou a utilizar álcool ecológico em todos os itens de perfumaria como parte da meta da companhia em tornar sua produção cada vez mais sustentável. A partir deste ano, todos os perfumes do grupo são feitos de bagaço de cana-de-açúcar.

Os primeiros produtos com ecoálcool foram lançados em 2019 com a linha Nativa SPA. Agora, a marca estende o compromisso sustentável e passa a incorporar o componente em todo o catálogo de produtos. Diferente do álcool comum, o álcool ecológico (também chamado de álcool de segunda geração) não usa o açúcar da cana, mas é feito a partir do bagaço da planta e outros resíduos de biomassa - como restos de madeira - que antes eram queimados ou descartados. Para sinalizar a nova composição aos consumidores, os produtos terão um selo sustentável nas embalagens.

A tecnologia, que foi desenvolvida pela empresa de energia Raízen, é capaz de reduzir em 30% a pegada de carbono da produção, quando comparada ao etanol tradicional. O método também aumenta a eficiência das plantações, produzindo até 50% a mais de etanol por hectare, segundo a  empresa.

“Nossa missão é buscar produtos que substituam os principais insumos na cadeia de suprimentos de grandes empresas, mas com menor pegada de carbono”, diz Francis Vernon Queen, vice-presidente de etanol, açúcar e bioenergia da Raízen.

De acordo com Rafael Müller, Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Boticário, o projeto serve de pontapé para a busca por outras substituições sustentáveis no Grupo.“Vamos continuar em busca de novas formas de fazer nossos produtos e, com o sucesso da parceria com a Raízen, podemos estender o olhar para outras matérias-primas”, diz. “Para nós, sustentabilidade não é mais uma opção e nem mesmo um diferencial. Não faz mais sentido não falar mais disso e aplicar em todos os produtos que produzimos”, diz.

A demanda pelo eco álcool irá expandir à medida em que empresas passam a se preocupar cada vez mais com eficiência e impacto ambiental reduzido, diz Queen. “Acreditamos que esse é o caminho para produtos mais sustentáveis em toda a indústria”. De acordo com o executivo, a Raízen é hoje a única fornecedora em escala comercial para esse produto e a demanda tem sido crescente nos Estados Unidos e Europa.

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