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Geladeiras da Electrolux no ponto de venda (Electrolux Group /Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 19 de junho de 2024 às 07h00.
Última atualização em 20 de junho de 2024 às 10h03.
A fabricante de bens de consumo Electrolux Group se comprometeu a investir em soluções que reduzam 500 mil toneladas de emissões de CO2 dos produtos em funcionamento na América Latina, até 2030. Para o atingimento da meta, firmada com a Science Based Targets Initiative (SBTi), a companhia foca na tecnologia e desenvolvimento de produtos mais eficientes, que consumam menos energia durante o uso.
De acordo com João Zeni, diretor de sustentabilidade da Electrolux na América Latina, o cálculo de 500 mil toneladas é de acordo com a eficiência dos produtos colocados no mercado no ano passado. "Considerando que nossos produtos são bens duráveis, com uso de 10 a 15 anos, a redução de emissões, quando comparado ao ano passado, pode chegar a 1 milhão de toneladas até 2030 a partir também da maior eficiência nos produtos que ainda serão lançados". diz.
Desde 2018, a companhia tem compromissos assumidos com a Science Based Targets Initiative (SBTi). "Fomos uma das primeiras 100 empresas do mundo a criar estas metas climáticas ambiciosas. Ao mesmo tempo, continuamos com o plano e temos como novidade essa meta de redução traçada em 2024, tendo como base 2021”.
De acordo com o executivo, trata-se de uma redução de 42% de suas emissões no escopo 3, que contempla uso do produto, logística terceirizada e viagens corporativas. Em geral, a redução de escopo 3 costuma ser mais desafiadora para as empresas visto que está relacionada às emissões indiretas, enquanto 1 e 2 são diretas. O grupo reduziu ainda as emissões absolutas de gases de efeito estufa em 33% em comparação com 2021. Além disso, as emissões de quando os produtos estão em uso diminuíram 28%.
De acordo com o mais recente relatório global de sustentabilidade da companhia, somente na América Latina, evitou-se o lançamento de 64 mil toneladas de CO2 no ano passado em comparação com 2022, também por conta da eficiência dos produtos. Isso é o equivalente à queima de combustível de mais de 50 mil carros dando uma volta completa no planeta.
A companhia constatou, por meio de estudo, que 86% do impacto climático de um produto está no uso do eletrodoméstico e não na logística, na manufatura ou no material utilizado. Por isso, o grupo trabalha para desenvolver produtos mais eficientes e na mudança de hábitos das pessoas para aproveitamento total dos benefícios sustentáveis de seus eletrodomésticos.
Assim, é preciso um trabalho também com o consumidor. "O produto precisa ser eficiente e financeiramente acessível, assim como gerar interesse no consumidor. Entendemos que a eficiência energética é um atributo importante para em termos de sustentabilidade, mas também de economia financeira", diz Zeni.
O Grupo tem buscado avançar em ações de eficiência nos produtos e, desde 2021, detém o refrigerador top freezer, segundo o executivo, mais eficiente do mercado, com redução de 47% do consumo energético. “Somos também a marca que mais coloca equipamentos A+++/A++ no mercado brasileiro, contribuindo com a eficiência de uso de energia dos consumidores”.
Dentre os lançamentos estão os fornos OE8GH e OE4EH que proporciona economia de energia nas versões elétrica e a gás, graças à menor perda de calor (a cavidade selada não tem cantos por onde o calor possa escapar).
“Queremos liderar em sustentabilidade. E não apenas oferecendo produtos tecnológicos e eficientes ou estabelecendo uma relação sustentável com a cadeia de valor, mas também estar na vanguarda de diálogos com o consumidor, pois sabemos que a maior parte do poder de mudança por um planeta melhor está na casa das pessoas”, diz Zeni.
Em 2023, os produtos mais eficientes do Grupo em termos de energia e água representaram 29% do total de unidades vendidas e 38% do lucro bruto. Além disto, 97% dos produtos com gases refrigerantes foram substituídos por gases de baixo aquecimento global.
No relatório, a companhia divulga ainda novas metas atingidas na frente ambiental, como o uso de eletricidade 100% renovável em toda a operação da América Latina. Globalmente, 60% da energia utilizada nas operações são provenientes de fontes renováveis.
Outra ação da companhia é a redução no uso de matéria-prima virgem, como o plástico. Exemplo disto é o uso anual de 3 mil toneladas de plásticos reciclados nos equipamentos somente no mercado brasileiro. A meta é usar globalmente, no mínimo, 50% desse tipo de resina em suas linhas de eletrodomésticos até 2030. Atualmente, 6% da resina usada em todos os produtos globalmente já é proveniente de materiais reciclados.
O foco da empresa é, também, ampliar a circularidade das embalagens, aumentando a reciclagem após seu uso e incluindo matéria-prima reciclada. Hoje, a companhia tem aproximadamente 25% do conteúdo reciclado de embalagens, sendo que, em alguns produtos de pequeno porte, esse número já é de mais de 50%, só com plástico reciclado.
"No caso da economia circular é papel da empresa também fortalecer o ecossistema para que seja possível adquirir mais matéria-prima reciclada", finaliza Zeni.