ESG

Para a WEG, a transição energética é o modelo de negócios

A alta nos custos da energia, a demanda por fontes renováveis e a eletrificação dos transportes fazem os negócios disparar

 (WEG/Divulgação)

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Rodrigo Caetano

Publicado em 23 de junho de 2022 às 20h10.

É possível que não exista uma empresa brasileira mais bem posicionada do que a WEG para captar as oportunidades da transição energética. Fundada em 1961, a companhia fabrica baterias, sistemas e componentes elétricos, produtos voltados, principalmente, para a eficiência energética. A alta nos custos da energia, que levou a conta de luz para as alturas, além do risco recente de apagão enfrentado pelo Brasil por causa da falta de chuvas, fez o resultado da WEG disparar. No primeiro trimestre deste ano, a fabricante teve lucro líquido de 943,9 milhões de reais, bem acima do esperado pelos analistas.

Uma das principais frentes da WEG são os equipamentos para geração, distribuição e transmissão de energia. O segmento dobrou de tamanho, graças ao avanço da energia solar distribuída, que compreende os painéis solares instalados em telhados de casas e comércios. A WEG é pioneira no fornecimento de soluções em energia fotovoltaica para o mercado nacional e tem 2 gigawatts de equipamentos fotovoltaicos distribuídos e 500 megawatts em usinas construídas.

A eletrificação dos transportes é outra tendência viabilizada pela WEG. Em maio deste ano, a empresa integrou dois movimentos importantes da indústria. Ela vai fornecer a infraestrutura de recarga dos caminhões elétricos da fabricante de bebidas Ambev, que terá a maior frota eletrificada do Brasil, com 250 veículos. A empresa também fechou uma parceria com a montadora Renault para fornecer estações de recarga para o Kwid E-Tech Electric, até o momento o carro elétrico mais barato do mercado brasileiro. Quem comprar o carro poderá também adquirir os equipamentos de recarga da WEG diretamente na concessionária.

As parcerias para a mobilidade elétrica anunciadas neste ano ainda incluem a BMW e o grupo Stellantis (Fiat, Chrysler e Citroën). “Somos uma empresa ESG por essência”, afirma Hilton José da Veiga Faria, diretor de RH e sustentabilidade da WEG. Além do desenvolvimento de equipamentos fundamentais para a transição energética, a fabricante se preocupa com a circularidade de seus produtos. Ela mantém um programa de troca de motores, por exemplo, que oferece desconto aos clientes, desde que adquiram um equipamento mais eficiente. Dessa forma, recolhe motores usados e ainda reduz o consumo de energia dos clientes.

Mas de nada adianta esse desenvolvimento tecnológico se o relacionamento com as comunidades não acompanha o padrão. “Não existe empresa saudável em uma comunidade doente”, diz Faria. A WEG opera 46 parques fabris em 12 países. Essa dimensão faz com que a empresa trate sua política de investimentos sociais como estratégica. Outra preocupação é com o bem-estar dos funcionários. A WEG distribui 12,5% do lucro para seus empregados, que em 2021 receberam quatro salários a mais no ano. A empresa também mantém escolas profissionalizantes que já formaram 4.500 pessoas contratadas. “Temos casos de três gerações da mesma família que passaram pela nossa escola”, orgulha-se Faria.

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