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Para 72% da população dos países do G20, causar danos ambientais deveria ser uma ofensa criminal

Dado foi revelado nesta sexta-feira, a partir de um levantamento da Earth For All e Global Commons Alliance para Ipsos

Publicado em 6 de setembro de 2024 às 07h45.

Última atualização em 6 de setembro de 2024 às 09h13.

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Para 72% da população que mora em países membros do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, causar danos ambientais deveria ser uma ofensa criminal. Isso é o que mostrou a pesquisa encomendada pelas organizações Earth For All e Global Commons Alliance para Ipsos, divulgada nesta sexta-feira, 6, que ouviu 22.000 pessoas de 22 países no total, sendo 18 deles, membros do bloco econômico.

Esse dado revela uma preocupação significativa dos moradores das maiores economias do mundo sobre como está o planeta e qual o seu futuro. Para chegar a esse resultado, os pesquisadores ouviram 1.000 pessoas com idade entre 18 e 75 anos de cada um dos países selecionados. Com isso, também foi possível concluir que:

  • 69% acreditam que a Terra está perto do ponto crítico do clima e da natureza;
  • 59% estão muito ou extremamente preocupados com o estado da natureza hoje;
  • 52% se sente muito ou pelo menos um pouco exposta a riscos climáticos e ambientais.

Mulheres estão mais preocupadas com o planeta

O levantamento mostrou que o gênero interfere na preocupação com as questões ambientais. Enquanto 62% das mulheres ouvidas estão muito ou extremamente preocupadas com o estado da natureza, apenas 56% dos homens demonstram esse mesmo nível de consideração sobre o tema. 

Além disso, 74% da parcela feminina entrevistada acredita que ações mais importantes para lidar com questões ambientais devem ser tomadas imediatamente ou no máximo entre 30 e 60 anos e somente 68% dos homens compartilham desse mesmo pensamento. 

Essas diferenças de perspectiva continuam na hora de analisar os riscos ambientais e o poder da tecnologia em auxiliar na diminuição desses impactos nocivos. Apenas 25% das mulheres acreditam que muitas alegações sobre riscos ambientais são exageradas, enquanto 33% dos homens concordam que há um grau de alarmismo. 

Elas também são significativamente menos propensas a acreditar que a tecnologia pode resolver problemas ambientais sem que os indivíduos tenham que fazer grandes mudanças no estilo de vida, pois 35% pensam dessa maneira, contra 44% do público masculino entrevistado. 

Diferenças regionais na exposição percebida às mudanças climáticas

A pesquisa também revela que os moradores de país considerados como economias emergentes sentem-se pessoalmente mais expostos às mudanças climáticas em comparação com quem está nos Estados Unidos e Europa. Essa foi uma percepção apontada por aqueles que moram nos seguintes locais:

  • Índia - 87%;
  • China - 79%;
  • Indonésia - 79%;
  • Quênia - 73%;
  • Turquia - 69%;

Aqueles que se percebem como altamente expostos a riscos ambientais e climáticos também mostram os maiores níveis de preocupação e urgência em relação à ação climática. Este grupo tem mais probabilidade de vincular a saúde humana e planetária e ver benefícios em abordar questões ambientais.

Diferentes níveis de preocupação

Pela primeira vez, a pesquisa da Ipsos segmentou os entrevistados do G20 de acordo com as atitudes em relação à administração planetária. Cinco segmentos distintos de público foram identificados:

Administradores planetários: são motivados por um forte senso de urgência e responsabilidade em relação ao meio ambiente. Este grupo defende mudanças políticas econômicas sistêmicas para lidar com os desafios ambientais. 

Eles são caracterizados por seus altos níveis de preocupação e ativismo, com 97% afirmando a necessidade de ação imediata para enfrentar as mudanças climáticas. Essas pessoas acreditam na conexão estreita entre a saúde humana e planetária e tendem a mostrar forte apoio a medidas legais para proteger o meio ambiente.

Otimistas preocupados: este grupo mistura alta preocupação ambiental com otimismo sobre o futuro. Geralmente apoiam ações ambientais imediatas e estão confiantes de que lidar com a mudança climática pode trazer benefícios generalizados para as pessoas em seu país, mas mesmo com adversidades frente à atual falta de medidas,  mostram otimismo com o futuro.

Progressistas estáveis: aparecem como pragmáticos e moderados em sua abordagem. Buscam soluções equilibradas para questões ambientais. Tendem a reconhecer a necessidade de ação urgente, mas preferem reformas graduais dentro dos sistemas existentes.

Céticos do clima: descartam preocupações climáticas e ambientais. Se opõem a políticas que abordam a mudança climática. Eles são mais propensos do que a média dos outros moradores do G20 a priorizar a liberdade individual e a intervenção governamental limitada, e menos propensos a pensar que uma ação ambiental imediata é necessária ou que a Terra está perto de pontos de inflexão ambiental devido às atividades humanas.

Não engajados: aparentam falta de interesse e engajamento em questões ambientais e políticas. Eles são tipicamente indiferentes às preocupações ambientais e menos propensos do que a média do G20 a apoiar significativamente mudanças que podem ser benéficas para o meio-ambiente.

Entre os entrevistados nos 18 países participantes do G20, os administradores planetários, otimistas preocupados e progressistas firmes constituíram a maioria (61%) dos entrevistados. 

Esse resultado marca um ponto de inflexão social, onde mais pessoas se importam e querem ações para proteger o planeta, em contrapartida com aqueles que não se importam.

Os administradores planetários constituem os maiores grupos na Turquia (28%), França (27% - maior grupo conjunto com os Progressistas Firmes), Brasil (26%) e México (26% - maior grupo conjunto com os Progressistas Firmes). 

Os não engajados constituem os maiores grupos na Alemanha, Itália, Japão e Arábia Saudita. Em todo o G20, apenas 13% das pessoas se enquadram no grupo Cético Climático, de acordo com os resultados da pesquisa.

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