Oskar Metsavaht, da Osklen, ao lado da surfista Maya Gabeira, duranta a Conferência dos Oceanos, em Lisboa (Leandro Fonseca/Exame)
Rodrigo Caetano
Publicado em 28 de junho de 2022 às 12h20.
O investidor de impacto Oskar Metsavaht, fundador da marca de vestuário Osklen, participou da Rio92, primeira grande conferência climática da ONU. “Foi o evento mais importante da virada do milênio”, afirma. “Eu era um jovem empreendedor, a Osklen tinha apenas dois anos. Ali aprendi o conceito de desenvolvimento sustentável.”
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Metsavaht está em Lisboa para a Conferência dos Oceanos, evento da ONU cujo objetivo é “encontrar soluções inovadoras, baseadas na ciência, para a gestão sustentável dos oceanos”. Essa é uma agenda conectada aos setores privado e financeiro, mas que fala, também, com a sociedade. “Um empreendedor que transforma commodities em produtos necessários, também pode fazer com que esses mesmos produtos gerem impacto positivo”, diz. “Assim como a Revolução Industrial deixou legados interessantes para a humanidade, nossa geração pode criar um legado de transformação, tecnologia e propósito.”
O conceito de desenvolvimento a que Metsavaht se refere estabelece que é possível usar recursos naturais para o crescimento econômico da humanidade, desde que se mantenha ou melhore as suas disponibilidades. Em 1992, surgiu uma forma não utópica de desenvolvimento sustentável, segundo o empresário. Três décadas depois, o que se vê são mudanças na cultura empresarial, que se aproxima do ativismo.
“Antes, as empresas e os empresários eram apontados como os grandes poluidores do planeta. Hoje, muitas empresas se modificaram e os empresários estão se tornando os ativistas contemporâneos dessa transição para uma economia verde”, diz o fundador da Osklen. “O ciclo está quase completo, acadêmicos, biólogos, pesquisadores, a sociedade e, agora, as empresas”. Falta apenas o governo.
Os oceanos têm um impacto crucial nas mudanças climáticas e no aquecimento global. Para mostrar sua importância frente aos desafios da sociedade, começou nesta segunda-feira, 27, a Conferência dos Oceanos da ONU 2022 em Lisboa, Portugal.
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"Infelizmente, pensamos nos mares como garantidos e hoje enfrentamos o que eu chamaria de "Emergência nos Oceanos", declarou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, aos delegados, na abertura da Conferência. "Temos de inverter a maré. Oceanos saudáveis e produtivos são vitais para o nosso futuro".
A Conferência, que tem como tema "Intensificar a ação nos oceanos tendo por base a ciência e inovação, para a implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14: balanço, parcerias e soluções", trabalha em linha com a pauta da Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável.