ESG

O que pretendem as empresas que investirão R$ 3 tri para salvar o planeta

Ambev, Braskem, BTG Pactual, CCRR RFID, Klabin e Suzano estão entre as signatárias de um pacto para destinar meio trilhão de dólares a investimentos responsáveis

 (Florian Gaertner / Photothek/Getty Images)

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Rodrigo Caetano

Publicado em 22 de setembro de 2021 às 09h32.

Última atualização em 22 de setembro de 2021 às 09h33.

Um grupo de 60 companhias globais anunciou, durante a Assembleia Geral da ONU, realizada nesta semana, o compromisso de destinar 500 bilhões de dólares, o equivalente a certa de 3 trilhões de reais, a investimentos responsáveis. Fazem parte do grupo seis empresas brasileiras: Ambev, Braskem, BTG Pactual, CCRR RFID, Klabin e Suzano.

Os recursos serão investidos, nos próximos cinco anos em ações de promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conjunto de 17 metas socioambientais estabelecido pela ONU, que abrangem desde a proteção ao meio ambiente até o estabelecimento de relações de trabalho dignas e justas e vencem em 2030.

A iniciativa partiu da Força-Tarefa de CFOs do Pacto Global da ONU, que reúne diretores financeiros de grandes empresas desde 2019. Entre os brasileiros, estão Fernando Tennenbaum (Ambev), Joao Marcello Dantas Leite (BTG), Marcelo Bacci (Suzano), Marcos Paulo Conde Ivo (Klabin), Pedro Christ (CCRR RFID) e  Pedro van Langendonck Teixeira de Freitas (Braskem).

Adicionalmente, as empresas signatárias se comprometeram a relacionar 50% das finanças corporativas a metas de sustentabilidade. Isso exigirá a emissão de centenas de bilhões de dólares em títulos ESG, como sustainability-linked bonds e green bonds.

Efeito bola de neve

O movimento visa criar um efeito bola de neve nas finanças globais. À medida que as ações saiam do papel, a expectativa é de que mais empresas se associem, multiplicando o volume investido em áreas como infraestrutura verde, energias renováveis, saúde, agricultura sustentável e iniciativas de inclusão no mercado de trabalho.

“Esse compromisso é um marco de uma jornada que começou em dezembro de 2019, quando um grupo de CFOs começou a trabalhar para integrar a sustentabilidade em suas operações”, disse Alberto de Paoli, CFO da empresa de energia ENEL e copresidente do conselho da força-tarefa.

Para Sandra Ojiambo, CEO do Pacto Global da ONU, os impactos da pandemia reforçam a necessidade de alocar mais recursos financeiros para atingir as metas da agenda 2030. “Com esses esforços de recrutar mais signatários para a força-tarefa, acredito que podemos levantar trilhões de dólares em investimentos para fomentar os ODS”, afirmou Ojiambo.

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A pandemia prejudicou os ODS

A parada do comércio global e a crise econômica decorrente prejudicou o desenvolvimento dos ODS. “A economia global vivenciou a pior recessão em 90 anos, com os segmentos da sociedade mais vulneráveis sendo afetados desproporcionalmente”, aponta o relatório Financing For Sustainable Development, divulgado pela ONU em março. “Entre 80 a 90 milhões de pessoas voltaram para a extrema pobreza.”

A preocupação com a forma como se dará a recuperação econômica pós-covid tem sido um tema recorrente este ano. O Fórum Econômico Mundial, realizado virtualmente em janeiro, teve como tema principal a retomada verde, em que os esforços de investimento para os próximos anos estariam concentrados em áreas que promovem a transição para uma economia de baixo carbono, em especial o setor de energias limpas.

Em seu relatório de riscos globais, divulgado anualmente, o Fórum aponta que a pandemia está criando uma “geração desiludida”. “Jovens adultos estão enfrentando a sua segunda crise econômica mundial”, aponta o documento. “Já expostos à degradação ambiental, às consequências da crise financeira, aumento da desigualdade e rupturas geradas pela transformação industrial, essa geração enfrenta sérios desafios de educação, perspectiva financeira e saúde mental.”

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