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O que é ecoansiedade ou ansiedade climática

Pesquisas apontam como as mudanças climáticas estão causando ansiedade em jovens e adultos; entenda

Jovens e adultos manifestam ansiedade por conta das mudanças climáticas (Malte Mueller/Getty Images)

Jovens e adultos manifestam ansiedade por conta das mudanças climáticas (Malte Mueller/Getty Images)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 13 de julho de 2023 às 10h01.

Queimadas, inundações, desastres naturais e outros transtornos ocasionados pelas mudanças climáticas tem, cada vez mais, feito parte do estresse das pessoas ao redor do mundo. As emoções relacionadas às mudanças climáticas estão sendo descritas como ansiedade climática ou ecoansiedade.

Isto é justificado, por exemplo, quando 93% dos europeus participantes do estudo Eurobarômetro, de 2021, acham que a mudança climática é um problema sério e 78% acham que é muito sério, causando algum tipo de ansiedade.

A gravidade da questão mental está também na recorrência, uma vez que um estudo do The Lancet mostra que 84% das crianças e jovens de 16 a 25 anos estão moderadamente preocupados com as mudanças climáticas, e 59% estão muito ou extremamente preocupados.

Mais do que as percepções coletadas nas pesquisas, a ansiedade climática tem feito com que as pessoas compartilhem relatos de insônia, preocupação com o futuro e até mesmo desinteresse numa perspectiva de longo prazo. De acordo com Sarah Lowe, psicóloga clínica e professora associada do Departamento de Ciências Sociais e Comportamentais da Escola de Saúde Pública de Yale, a ansiedade climática e a angústia têm impactos na existência humana.

“Essa ansiedade pode se manifestar como pensamentos intrusivos ou sentimentos de angústia sobre desastres futuros ou de longo prazo da existência humana e do mundo. Há um componente fisiológico nessa ansiedade que inclui batimentos cardíacos acelerados e falta de ar, além de uma questão comportamental quando a ansiedade climática atrapalha as relações sociais ou o funcionamento no trabalho ou na escola”, afirma em artigo de Yale.

Em uma pesquisa coordenada por Sarah com a população estadunidense, cerca de 10% relata sensações de nervoso, ansiedade ou preocupação com o aquecimento global vários dias por semana; 9% relatam ser incapazes de parar ou controlar a preocupação com o aquecimento global; e 7% dizem que experimentam diminuição do interesse ou prazer em fazer as coisas por causa do aquecimento global.

A professora destaca, com tudo, que a preocupação, sem aspectos de ansiedade, pode ser motivadora para a promoção de mudanças que incentivem a mitigação das mudanças climáticas.

O que fazer para mitigar a ansiedade climática ou ecoansiedade

Um documento do Pacto Europeu para o Clima sugere iniciar a mudança com hábitos simples em prol do meio ambiente, como a separação correta do lixo e a destinação à reciclagem. Outra ideia é pedalar mais, algo que faz bem para a saúde e para o meio ambiente.

A ação coletiva também auxilia. Para isto, os pesquisadores de Yale sugere participações em comunidades e coletivos locais que trabalhem com meio ambiente e impacto social. "Os resultados dessas ações podem ser muito mais tangíveis, desde mudanças políticas até vitórias legislativas", diz Sarah.

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