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O mercado de leilão ajuda no consumo consciente? Esta empresa acredita que sim

Grupo Superbid, intermediadora de leilões, aposta em carteiras digitais e boa governança para incentivar o consumo consciente e a recuperação econômica de PMEs

Leilões online: Superbid aposta em tecnologia e transparência para popularizar as negociações digitais (foto/Getty Images)

Leilões online: Superbid aposta em tecnologia e transparência para popularizar as negociações digitais (foto/Getty Images)

A recessão econômica afetou o poder de compra de milhões de pessoas no país, abrindo uma lacuna entre a oferta e demanda de bens e serviços no mercado. Para as pequenas e médias empresas, a pandemia também foi sinônimo de fim das operações. O efeito contrário, porém, foi visto no mercado de leilões.

O Grupo Superbid, empresa especializada na avaliação e venda de ativos físicos por meio de leilões, viu o total de bens comercializados nesta modalidade crescer até 12% no último ano em comparação com o mesmo período de 2019. O Superbid leiloa ativos como imóveis, veículos, máquinas e equipamentos industriais.

Fundada em 1999, a empresa reconheceu há três anos a necessidade de reunir e migrar todas as negociações para o ambiente online. O contexto ajudou: com a digitalização de empresas e a suspensão de eventos presenciais devido a pandemia, a empresa viu os acessos à plataforma dispararem em 2020.

Com a transformação digital do setor, também surgiu a preocupação com a maior segurança durante as negociações. Para dar conta da demanda e por melhores ações de governança, o Superbid desenvolveu uma estrutura bancária exclusiva para oferta de lances. Batizada de S4Pay, a solução é uma espécie de carteira pela qual pagamentos e recebimentos são feitos via conta digital.

“À medida em que você traz mais governança para o ambiente, surge uma maior confiança para o vendedor e o comprador atuarem nesse mercado, com menos risco e mais controle”, diz Ricardo Fajnzylber, CEO da S4Pay. Pela conta digital, tanto o vendedor quanto o comprador têm total acesso a tudo que acontece durante o processo de compra.

Mercado aquecido

No Brasil, o mercado de leilões comercializa, entre outras coisas, itens apreendidos - como veículos e imóveis. Em 2020, o valor arrecadado para os cofres públicos nessas negociações superou os 130 milhões de reais. Durante o mês de fevereiro de 2021, o Ministério da Justiça e Segurança Pública organizou 19 leilões, que geraram cerca de 2 milhões de reais.

A prática é também comum entre bancos e instituições financeiras, que organizam leilões de imóveis retomados - aqueles devolvidos quando o proprietário não consegue pagar o financiamento - por um valor abaixo da média do mercado.  Segundo a Associação da Leiloaria Oficial do Brasil (ALEIBRAS), entidade que representa os negociantes do setor, houve aumento de ao menos 25% no número de leilões de imóveis em 2020.

No âmbito federal, o leilão é um dos principais mecanismos para a negociação de contratos de concessões públicos, como no caso das operadoras de energia e construções como aeroportos e ferrovias.

Os benefícios da venda de itens por meio de leilões ainda são desconhecidos por boa parte das companhias - sobretudo as de pequeno e médio porte, segundo Fajnzylber. Com a crise, essa situação mudou, e muitas empresas viram nos pregões a chance de gerar caixa ao monetizar bens em desuso. “Muitas grandes empresas que não participavam desse mercado, e não davam a devida atenção aos itens em desuso passaram a olhar para esse mercado - e ele começou a esquentar”, diz. A mesma tendência foi vista em outros países da América Latina, segundo Fajnzylber.

O mercado de leilões tem muitas diferenças quando comparado ao tradicional varejo online, explica Fajnzylber. A primeira delas é a venda de itens exclusivamente usados. A operação 100% digital, porém, é onde os dois mercados se cruzam.

Para os consumidores, a oportunidade de fazer bons negócios com leilões está relacionada à melhoria na oferta de bens leiloados pelas empresas - que passaram a ter uma média de quatro anos a menos de uso - além da economia total. Segundo a Superbid, os itens costumam ser oferecidos por até 80% abaixo do valor real de mercado.

Do ponto de vista ambiental, o mercado de leilões ajuda a aumentar a vida útil dos bens - e consequentemente reduzir o descarte de itens de vida única no ambiente. “Aprendemos que sempre há um comprador para todos os tipos de produto. E, ao vermos que tudo pode ser reciclado, temos uma vantagem adicional com esse impacto positivo do mercado de leilão”, afirma.

O volume de transações no marketplace atingiu 2,3 bilhões de reais em 2020. Foram 15 mil eventos de leilões no último ano, e mais de 220 mil itens ofertados. Para 2021, a intenção é encerrar o ano com, pelo menos, 2,6 bilhões transacionados no Brasil.

Já a S4Pay quer agregar novos produtos financeiros e modalidades, como a oferta de financiamento, seguros e a possibilidade de pagamento parcelado com cartão de crédito na carteira. Com as adições, a S4Pay quer chegar à marca de 1 milhão de contas até o final do ano.

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