ESG

O caminho para a transparência climática, segundo a Raízen

Em seis anos, a empresa pulou da nota D para a nota A no ranking CDP, principal referência em gestão de emissões. A receita: incorporar os riscos climáticos ao negócio

Totem com o logo da Raízen, uma joint venture da Cosan com a Shell (Raízen/Divulgação)

Totem com o logo da Raízen, uma joint venture da Cosan com a Shell (Raízen/Divulgação)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 9 de dezembro de 2021 às 15h53.

Última atualização em 22 de junho de 2022 às 16h21.

A empresa de biocombustíveis Raízen, uma joint-venture entre a anglo-holandesa Shell e a brasileira Cosan, recebeu a nota A no ranking do Carbon Disclosure Project, organização sem fins lucrativos que opera uma plataforma global para divulgação de dados sobre emissões de gases de efeito estufa.

Essa pontuação a coloca entre uma elite de 200 companhias que alcançaram a nota máxima, de um universo de mais de 13.000 empresas. E junto com apenas outras duas brasileiras, Klabin, de papel e celulose, e EDP, de energia. “É uma conquista enorme frente às demandas por uma economia de baixo carbono”, afirma Cláudio Oliveira, vice-presidente de relações institucionais e sustentabilidade da Raízen.

Tenha um aprendizado 360º e adquira dois certificados sobre ESG, tema cada vez mais em alta.

O processo, no entanto, não foi fácil. Há seis anos, a empresa amargava a nota D, a mais baixa. Em 2016, subiu para a C e por ali ficou até 2019, quando conquistou a B. No ano passado, veio a A-, e, neste ano, finalmente, a A.

Segundo Oliveira, há uma receita básica que toda empresa deve seguir para avançar na transparência: 1- incorporar os riscos climáticos ao negócio; 2- atrelar as metas à remuneração dos executivos; e 3- engajar a alta liderança, incluindo o conselho.

Hoje, a gestão dos riscos climáticos segue a mesma governança que os riscos financeiros, o que garante a inclusão da variável “carbono” nas decisões de negócios. A empresa também conta com um KPI interno de “emissões evitadas” pelos seus produtos, atrelado à remuneração variável dos funcionários.

O próximo passo dessa estratégia é definir como incorporar o “net zero” (carbono zero) à estratégia. Oliveira afirma que essa questão esbarra na falta de um padrão comparativo dedicado a empresas do segmento de biocombustíveis. “Estamos deslocando o consumo de combustíveis fósseis para renováveis”, diz o vice-presidente. “Uma coisa é uma empresa de petróleo reduzir as emissões, outra é uma empresa que já evita emissões pela natureza do negócio. Estamos trabalhando nessa metodologia.”

A Raízen tem o compromisso de evitar a emissão de 5,2 milhões de toneladas de carbono até 2022. Para 2025, esse valor irá dobrar, de acordo com o executivo.

Cosan em busca do A

Outras empresas do grupo reportaram seus dados ao CDP. A controladora Cosan ficou com a segunda maior nota, A-. A empresa sucroalcooleira subiu da nota B no ano passado. A Rumo, de ferrovias, avançou de B- para B. A estreante Compass, que atua no setor de gás, obteve a nota B.

Receba gratuitamente a newsletter da EXAME sobre ESG. Inscreva-se aqui:

Acompanhe tudo sobre:BiocombustíveisCosanMelhores do ESG 2022 - CombustíveisRaízenShell

Mais de ESG

O que tem levado o Brasil a uma situação caótica com incêndios generalizados?

IBGE: quase 90% das empresas tiveram alguma prática ambiental em 2023

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

ISA CTEEP apoia novo projeto de créditos de carbono para preservação de 40 mil hectares na Amazônia