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“O Brasil é hoje exemplo de como o descontrole climático afeta a vida das pessoas”, diz Barroso

Durante evento do Pacto Global da ONU em Nova York, o ministro se referiu a seca prolongada na Amazônia, queimadas no Pantanal e enchentes no Rio Grande do Sul para evidenciar que o problema é no aqui e agora e é preciso agir urgentemente

O presidente do Supremo Tribunal Federal e ministro Luís Roberto Barroso falou durante evento do Pacto Global da ONU em Nova York (Leandro Fonseca/Exame)

O presidente do Supremo Tribunal Federal e ministro Luís Roberto Barroso falou durante evento do Pacto Global da ONU em Nova York (Leandro Fonseca/Exame)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 20 de setembro de 2024 às 19h10.

Última atualização em 21 de setembro de 2024 às 10h31.

Secas prolongadas na Amazônia, queimadas descontroladas no Pantanal, e as enchentes recentes no Rio Grande do Sul são um retrato da emergência climática e evidenciam um problema que não é mais das próximas gerações e sim do aqui e agora, destacou o presidente do Supremo Tribunal Federal e ministro Luís Roberto Barroso – durante evento do Pacto Global da ONU em Nova York. “O Brasil é hoje exemplo de como o descontrole climático afeta a vida das pessoas”, disse, ao se referir ao fato da população estar morrendo, perdendo suas casas e qualidade de vida.

Segundo ele, é preciso agir urgentemente para driblar a crise climática e o caminho estaria no investimento na transição energética para fontes renováveis, preservação da Amazônia, desenvolvimento de uma bioeconomia efetiva, cidades mais sustentáveis e resilientes e na economia circular. 

Questionado sobre se o governo poderia fazer mais pelas queimadas que já tornam o ar insalúbre em diversas cidades brasileiras, Barroso diz que é preciso considerar o desmonte muito relevante nos últimos anos das instituições de proteção ambiental e proteção às comunidades indígenas -- como o Ibama e o ICMBio. “Como STF, o que é possível, estamos fazendo”, destacou.

No plano ambiental, ele citou o progresso de um inventário de redução de carbono e a compensação de 10% de áreas degradadas por meio de reflorestamento, além do desbloqueio do Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES. Em relação ao Marco Temporal das Terras Indígenas, o ministro disse que é preciso considerar que os povos originários são os que atuam na maior proteção das áreas e nós “vivemos uma situação dramática” de desmatamento. 

Para além do combate à crise climática, Barroso trouxe outros projetos prioritários para o desenvolvimento sustentável do Brasil. O primeiro é acabar com a fome, considerando o país como segundo maior exportador de alimentos do mundo.

Em seguida, o crescimento econômico como crucial para o combate da pobreza e promoção de renda.  “Em 2023, crescemos 3% na economia. Ainda está longe do que precisamos, mas é uma média superior a dos últimos 10 anos”, disse. A educação também é prioridade máxima: “ é uma das minhas preocupações obcessivas, enfrentar o déficit educacional. Nós temos três grandes problemas: alfabetização da criança, evasão escolar e deficiência em aprendizagem”, frisou. Além disso, o investimento em ciência e tecnologia – como aposta da ‘economia do futuro’ e valorização do capital intelectual –, e a garantia de um saneamento básico de qualidade como política preventiva de saúde. 

O ministro citou também a revolução da inteligência artificial, um advento que pode mudar o mundo, mas que ‘precisa de regulamentação para manter a ética’ e também levantou preocupações com as fake news, uso da IA para fins bélicos e substituição de pessoas no mercado de trabalho produtivo. 

Acompanhe tudo sobre:SustentabilidadeClimaEconomia verdeBrasilExame na Assembleia Geral

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