ESG

Novos ônibus chegam ao mercado mais tecnológicos e menos poluentes

Os veículos são menos poluentes e mais econômicos, conforme as novas normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para motores a diesel, que entram em vigor em janeiro.

Ônibus urbano (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Ônibus urbano (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de agosto de 2022 às 09h22.

Tecnologias disponíveis em automóveis chegam agora aos ônibus. A nova geração de veículos rodoviários e urbanos, que começa a ser vendida neste semestre, terá recursos que oferecem mais segurança e conforto. Além disso, os veículos são menos poluentes e mais econômicos, conforme as novas normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para motores a diesel, que entram em vigor em janeiro.

As novas tecnologias foram apresentadas na Lat.Bus, feira que terminou na quinta-feira, em São Paulo, e apresentou também vários lançamentos de ônibus elétricos para uso urbano. Só a capital paulista projeta ter 1,5 mil unidades até 2023.

Parte das novidades será restrita aos ônibus rodoviários. Os urbanos são vendidos a prefeituras por meio de licitações e novas tecnologias resultariam em custos maiores, que teriam de ser repassados às tarifas, cujos preços são controlados.

NOVOS RECURSOS

Os modelos da Mercedes-Benz, líder em vendas no País, terão sistema de frenagem de emergência ao detectar objetos e pedestres em movimento, controle inteligente de farol alto (que diminui a luminosidade ao cruzar com veículos no sentido contrário), freio de estacionamento com comando eletrônico, assistente de ponto cego e sistema anticapotamento. "São itens que vão salvar mais vidas", diz Valter Babosa, diretor de vendas e marketing da Mercedes. Já Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing da empresa, ressalta a redução de 50% de emissões de poluentes - 15 ônibus Euro 6 equivalem às emissões de um Euro 3, compara ele.

Nos modelos da Scania, que também têm sistema de controle de velocidade - reduzida automaticamente, via dados de GPS, quando em áreas de restrição, como hospitais -, o consumo de diesel cai 8% (para os rodoviários) e 10% (para os urbanos) em relação à geração atual, a Euro 5. A marca ainda terá opções de motores a biodiesel e HVO (óleo vegetal hidrotratado conhecido como diesel verde). A montadora já dispõe de modelos a gás e biometano.

A Volkswagen Caminhões e Ônibus, por sua vez, oferece modelos com câmbio automático, assistente de partida em rampa e bloqueio de partida enquanto as portas estiverem abertas.

Luciano Resne, diretor de engenharia da Marcopolo, reforça a transferência de tecnologias dos automóveis para os ônibus, como o aviso sonoro para uso do cinto de segurança. Nas poltronas, a empresa já usa no modelo G8 "espumas de travesseiros da Nasa". Tecnologias adotadas em razão da pandemia também passaram a ser de série, como a luz ultravioleta que é acionada quando o passageiro sai do banheiro para higienização contra bactérias.

O presidente da Volvo Buses América Latina, Fabiano Todeschini, diz que as mudanças nos chassis da marca permitem economia de 9% em combustível em relação aos antecessores. Os ônibus também são mais confortáveis. "O passageiro não sente a mudança de marcha", diz ele, sobre o fim dos trancos.

CARROCERIAS

Na encarroçadora Caio, uma mudança foi a ampliação da largura e da altura para possibilitar mais espaço para o usuário transitar nos corredores, mais conforto nos assentos e mais comodidade para as pessoas mais altas.

A Comil, também encarroçadora, aproveitou a necessidade das mudanças relacionadas às normas do Euro 6 e alterou todo o design do ônibus. Luciano Tedesco, coordenador comercial da marca, diz que as mudanças garantem mais aerodinâmica e economia de combustível. Para o conforto dos motoristas, os ônibus ganham a possibilidade de incluir duas poltronas para motoristas substitutos. Os modelos têm ainda uma cabine extra com duas camas para que eles possam descansar no intervalo de viagens longas.

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