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Novo ônibus elétrico em Londres carrega em apenas 6 minutos; veja foto

Veículos futuristas oferecem recarga ultrarrápida, design inovador e conforto aprimorado para passageiros em uma das maiores rotas de Londres.

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 08h14.

Na tentativa de modernizar o transporte público e reduzir as emissões de carbono, Londres, na Inglaterra, apresentou uma frota de 20 novos ônibus elétricos que impressionam tanto pelo design quanto pela eficiência. Capazes de recarregar cerca de 20% de suas baterias em apenas seis minutos, esses veículos marcam um avanço significativo na mobilidade urbana sustentável. As novidades já operam em uma das rotas mais longas da cidade, a linha 358, que cobre 15 milhas (aproximadamente 24 quilômetros), segundo informações da FastCompany.

De longe, os novos ônibus lembram bondes modernos, com um formato aerodinâmico e rodas parcialmente ocultas. Segundo Andy Derz, gerente de desenvolvimento de negócios da Irizar e-mobility, empresa espanhola responsável pelo design, o veículo não passa despercebido nas ruas. "Muitas pessoas na calçada olham e dizem: ‘Uau, o que é isso?’", comenta. A aparência diferenciada atrai mais passageiros, contribuindo para a popularização desse modelo de transporte.

Além da estética, os ônibus foram projetados pensando no conforto e na segurança dos passageiros. Portas deslizantes, grandes janelas que iluminam o interior e assentos mais confortáveis ajudam a criar um ambiente espaçoso e agradável. "É muito mais claro e amplo, o que dá uma sensação de espaço, algo essencial em uma cidade onde os ônibus estão sempre cheios", explica Derz. Outras características incluem um sistema de iluminação ambiente que muda conforme as estações do ano, telas que exibem as próximas paradas e portas rebaixadas para facilitar o embarque.

Ônibus elétrico em Londres carrega em apenas 6 minutos e promete revolucionar o transporte público (Transport for London/Divulgação)

Carregamento rápido e eficiência operacional

O principal destaque desses ônibus elétricos é o sistema de carregamento rápido, chamado de “oportunidade de carga”. No final de cada trajeto, os motoristas posicionam o veículo sob um carregador aéreo e ativam o sistema com um simples toque de botão. Em seis minutos, os ônibus recebem energia suficiente para continuar o percurso. Embora a carga completa ocorra à noite, o carregamento parcial durante o dia elimina a necessidade de retornos frequentes às garagens, otimizando a operação e reduzindo custos.

“Essa tecnologia permite que os motoristas mantenham os veículos em operação por mais tempo, reduzindo o número de ônibus necessários na rota e liberando recursos para outros investimentos no sistema de transporte público”, explica Lorna Murphy, diretora de ônibus da Transport for London (TfL). Além disso, as baterias menores reduzem o peso dos ônibus, o que pode contribuir para diminuir os custos de produção.

Segurança e sustentabilidade no transporte urbano

A segurança também foi uma prioridade no design dos novos veículos. A frente arredondada ajuda a minimizar o impacto em pedestres e ciclistas em caso de colisões, desviando-os para as laterais em vez de aprisioná-los sob o veículo. Outras inovações incluem câmeras no lugar de espelhos retrovisores, avisos sonoros externos e limitadores automáticos de velocidade.

Londres já possui mais de 1.700 ônibus elétricos em operação como parte de seu plano de transição para uma frota completamente zero emissões até 2034. A linha 358, que conecta Crystal Palace a Orpington, é a primeira a adotar os modelos da Irizar. Essa iniciativa faz parte de um esforço maior da cidade, que inclui a criação de novas faixas exclusivas para ônibus e a implantação da Superloop, uma rede de 10 rotas expressas lançada no ano passado.

Nos Estados Unidos e em outros países, onde o transporte coletivo muitas vezes enfrenta resistência, soluções como essa podem transformar a percepção pública. Embora os ônibus ainda sejam frequentemente vistos como inferiores aos trens, o design futurista e a experiência aprimorada podem ajudar a mudar essa narrativa. “Bons exemplos como o de Londres mostram que é possível tornar o transporte público não apenas eficiente, mas também atrativo e sustentável”, conclui Murphy.

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