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Nova Economia da Amazônia pode adicionar R$ 40 bilhões ao PIB em 2050

Pesquisa aponta potencial econômico da Amazônia a partir de práticas de preservação e restauração

Floresta Amazônica (Leandro Fonseca/Exame)

Floresta Amazônica (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 20 de junho de 2023 às 06h00.

A Nova Economia da Amazônia (NEA), orientada pelo Acordo de Paris, desmatamento zero e restauração florestal, por exemplo, chega em 2050 com PIB de R$ 40 bilhões superior ao referencial, 312 mil empregos adicionais, além de 81 milhões de hectares de florestas e 19% de estoque de carbono a mais, é o que aponta o estudo A Nova Economia da Amazônia, apresentado nesta terça-feira, 20, na Conferência Panamazônica de Bioeconomia.

Para que os resultados sejam alcançados, os investimentos para financiar a NEA foram estimados em 1,8% do PIB nacional ao ano, contra 1% ao ano no cenário referencial. Dos R$ 2,56 trilhões adicionais exigidos para essa mudança estrutural, R$ 442 bilhões seriam destinados à agricultura e pecuária de baixa emissão de carbono, R$ 217 bilhões à bioeconomia e restauração, R$ 410 bilhões à matriz energética e outros R$ 1,49 trilhões à infraestrutura.

Porém, o estudo aponta ainda que a economia atual da AML é deficitária nas transações comerciais e superavitária em emissões, com transações altamente intensivas em carbono. Na atual lógica econômica, a região é um grande depositário de terras que fornece insumos de baixo valor agregado para a economia nacional e internacional, exportando produtos primários e comprando bens e serviços qualificados e de maior agregação de valor.

O uso da MIIP-AML mostra que, em 2015 - ano mais recente das Matrizes de Insumo Produto - o comércio da AML com o restante do Brasil resultou em exportações de R$ 355 bilhões e importações de R$ 469 bilhões, com déficit de R$ 114 bilhões. Por outro lado, emissões de 863 MtCO2 foram geradas na AML para atender às demandas interna e externa, com desmatamentos da ordem de 1,5 milhão de hectares.

O estudo projeta cenários para a economia da AML até 2050 combinando restrições a emissões e desmatamentos:

"A estratégia de escala da bioeconomia que gera os melhores resultados sociais, ambientais e econômicos para a NEA é baseada na multiplicação de arranjos produtivos como os que já existem no território: inclusivos, diversos e baseados nas
habilidades e inteligências locais", diz o relatório, que traz ainda informações por setores como mineração, infraestrutura e agropecuária.

A Nova Economia da Amazônia é uma iniciativa do WRI Brasil em parceria com instituições brasileiras de pesquisa de diversas regiões.

A Conferência Panamazônica de Bioeconomia

O evento reunirá atores de diversos segmentos dos países amazônicos para construir uma visão conjunta que viabilize economias socialmente inclusivas, compatíveis com o desafio climático, de proteção da biodiversidade e de preservação de 80% da Amazônia para evitar seu ponto de não retorno.

As recomendações a serem formuladas no encontro serão encaminhadas para os chefes de estado dos 9 países amazônicos em seu encontro na Cúpula da Amazônia, de agosto. A Conferência acontece nos dias 21 e 22 de junho em Belém (PA).

Acompanhe tudo sobre:AmazôniaBiodiversidade

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