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Desmatamento na Amazônia: o Deter identificou 287,76 km² de área desmatada no mês de abril de 2023 (Ueslei Marcelino/Reuters)
Repórter de ESG
Publicado em 5 de maio de 2023 às 10h23.
Última atualização em 11 de julho de 2023 às 11h21.
O Deter, levantamento sobre modificações na cobertura florestal amazônica, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), identificou, no mês de abril, 287,76 km² de área desmatada com 10.619 avisos de desmatamento.
Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o desmatamento identificado teve uma diminuição — visto que, em abril do ano passado, o desmatamento alcançou 1.026,35 km². Levando em consideração os números do primeiro trimestre, o mês de abril ajuda a diminuir a média, após o 'boom' de fevereiro.
É importante lembrar que, em abril, começa a elevar a intensidade de desmatamento se comparado com o primeiro semestre do ano, por exemplo. Para Talita Assis, especialista em ESG na EXAME, "é cedo para falar em tendência de desmatamento, é preciso observar e ver o que irá acontecer nos meses secos".
Por esse motivo, há expectativa sobre como o fenômeno irá se comportar nos próximos meses. Segundo Assis, este é o momento para o governo estruturar estratégias e, a partir disso, observar a efetividade e solidez das medidas criadas para combater o problema.
Em abril deste ano, o estado do Pará liderou a lista de estados com maior área de desmatamento durante o mês totalizando 19.709,59 km² de áreas desmatadas no estado – seguido por Mato Grosso, com 11.264,09 km², Amazonas, com 10.010,84 km², Rondônia, com 8.133,86 km², e Acre, 2.449,35 km², estão entre os estados com maiores áreas desmatadas.
Ainda sobre abril de 2023, o desmatamento de solo exposto foi a segunda causa dos índices deste mês, perdendo apenas para cicatriz de incêndios florestais.
Este texto teve como base os dados apresentados no Deter, que é o sistema de monitoramento e alerta de desmatamento e outras alterações da cobertura florestal amazônica, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para apoiar outros dados mapeados e mobilizar e munir o Ibama e demais órgãos.
O Deter funciona para ajudar na fiscalização de detecção de desmatamento da vegetação dentro da Amazônia Legal Brasileira, sem considerar áreas que foram desmatadas previamente. Vale ressaltar que o Deter se trata de uma estimativa, ou seja, não é um número fechado.
Também existe a taxa consolidada de desmatamento (também conhecida como “taxa anual de desmatamento”) do Prodes, que deve ser apresentada somente no primeiro semestre do ano. Mas, historicamente, há pouca divergência entre as taxas estimadas e consolidadas.