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No G20, Brasil reforça necessidade de destravar financiamento climático na COP29

Em meio à Cúpula das 20 maiores economias do mundo no Rio de Janeiro, a segunda semana em Baku começa com frustração pelo progresso lento e pede mais ambição aos líderes dos países desenvolvidos

Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima: "Tenho certeza de que o G20 estará em muito boas mãos no Rio de Janeiro" (Leandro Fonseca)

Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima: "Tenho certeza de que o G20 estará em muito boas mãos no Rio de Janeiro" (Leandro Fonseca)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 18 de novembro de 2024 às 13h54.

Última atualização em 18 de novembro de 2024 às 14h04.

Embora a primeira semana tenha sido marcada por um avanço inédito na regulação do mercado de carbono global que estava travada desde o Acordo de Paris, o dia começa com frustração na Conferência do Clima da ONU em Baku, no Azerbaijão. Isto porque, o financiamento climático que é peça-chave para o sucesso das negociações, segue em progresso lento e sem grandes chances de reviravolta pelas partes.

O G20, Cúpula de líderes que reúne as 20 maiores economias do mundo, começa nesta segunda-feira (18) no Rio de Janeiro e quer destravar os recursos até seu termino amanhã (19), a fim de levar uma sinalização positiva para o fim das negociações na COP29 nos próximos dias.

Sob a presidência brasileira, o Brasil pediu por mais ambição dos países em desenvolvimento para triplicar a oferta e financiar a mitigação e adaptação climática. O grupo representa cerca de 80% das emissões globais e no topo do ranking, estão EUA e China.

Ana Toni, Secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), reiterou que destravar o financiamento é chave para combater a mudança climática e que as necessidades são muitas. Por isso, também é preciso mobilizar investimentos privados e isso requer um sinal do setor público: "Um não substitui o outro: precisamos de ambos, mas, em meio a toda a incerteza geopolítica atual, a sinalização política que tem que vir da Cúpula do G20 é muito importante”, destacou em nota. 

Em entrevista exclusiva à EXAME durante a COP, a secretária destacou que um dos obstáculos atuais para as economias emergentes acessarem o financiamento é que este está congelado em três lugares: Estados Unidos, Europa e China.

"Os recursos não fluem para os países em desenvolvimento e é isto que o G20 quer destravar, para que cheguem ao Sul global. Temos que abrir as torneiras para o dinheiro fluir, ao mesmo tempo em que trazemos os projetos, mostrando que o Brasil já está preparado. É preciso ter as duas pontas", disse.

A delegação brasileira e o enviado americano para o clima, John Podesta, estão na lista dos representantes nacionais que deixaram Baku e foram para o Rio de Janeiro. Já o presidente da China, Xi Jinping, não esteve presente na COP29, mas estará no G20

A busca por um alto nível de ambição da Nova Meta Quantificada Coletiva sobre Financiamento Climático (NCQG, na sigla em inglês) tem relação direta com a meta climática de cada país, destacou o governo brasileiro.

Já na primeira semana da COP29, o Brasil apresentou sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) e se comprometeu a reduzir em 67%  as emissões de gases de efeito estufa até 2035 e acabar com o desmatamento. Outro anúncio foi a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e Transformação Ecológica (BIP), que também impulsiona projetos verdes e ajuda na transição para a economia de baixo carbono. 

Um acordo saindo do forno ou não no final desta COP, Ana Toni complementa já há um movimento em curso de muitos bancos privados, multilaterais e fundos financiando países que tem ambição climática -- e redirecionando seus portólios de investimentos. 

"A nossa NDC mostra esse Brasil voltado a um pipeline de projetos verdes, para redirecionamento do fundo. Já estamos na frente de muitos países, transformando a vantagem competitiva que temos com a floresta e com uma energia renovável e bastante descarbonizada. É o que queremos", destacou. 

Entrave na casa dos trilhões de dólares

Um novo estudo divulgado pela Nature Climate Action nesta segunda-feira (18) aponta que financiamento internacional precisa ser de 1 a 1,5 trilhão de dólares por ano para os países em desenvolvimento serem capazes de combater a crise climática e cumprirem suas metas até 2030.

Ao todo, se estima serem necessários pelo menos 2,4 trilhões de dólares por ano vindos de diferentes fontes públicas e privadas para financiar a transição global. A urgência agora é em substituir o compromisso anual de US$ 100 bilhões acordado ainda em 2009. 

O chamado pela mobilização de mais recursos das maiores economias do planeta reunidos no G20 foi reforçado pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ainda durante o fim de semana.  "Agora é o momento dos maiores emissores liderarem pelo exemplo", afirmou.

No sábado (16), o secretário executivo da COP29, Simon Stiell, também enviou uma declaração aos líderes demandando o compromisso com financiamento, reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento, redução das dívidas e cooperação internacional para driblar o aquecimento global.

“O G20 foi criado para enfrentar problemas que nenhum país, ou grupo de países, pode resolver sozinho. Com base nisso, a crise climática global deveria ser o item número um da pauta em discussão no Rio”, destacou Stiell. 

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