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Nissan destina US$ 1,4 bilhão à China para acelerar a produção de veículos elétricos

Em meio ao anúncio, companhia anunciou o cancelamento de dois modelos que seriam fabricados nos Estados Unidos; entenda a estratégia

 (Alexandre Battibugli/Arquivo Abril)

(Alexandre Battibugli/Arquivo Abril)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 24 de abril de 2025 às 15h42.

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Com a implementação das tarifas de Donald Trump e a guerra comercial contra outras nações, especialmente a China, a montadora automotiva Nissan Motor anunciou um investimento de US$ 1,4 bilhão no país asiático. O montante, que será entregue até 2026, será utilizado no desenvolvimento de veículos elétricos.

De acordo com Stephen Ma, líder das operações da Nissan na China, a nação apresenta um cenário competitivo para o setor automotivo, o que pode ajudar a companhia a "se firmar novamente" a partir dos veículos limpos.

"Com a China avançando tão rápido, queremos ficar aqui e competir nesse mercado", afirmou nesta quarta-feira, 23, durante uma entrevista coletiva. Ma, que assumiu o cargo em janeiro após uma reestruturação na liderança da empresa, destacou que o mercado chinês representa uma oportunidade crucial para a renovação do portfólio da montadora, que sofre com a falta de inovação em seus modelos.

Durante o evento, a Nissan revelou dois novos modelos, incluindo o caminhão híbrido plug-in Frontier Pro, e divulgou planos para desenvolver 10 novos carros no país asiático até 2027, ampliando sua estratégia anterior, que previa apenas oito lançamentos. Todos os veículos serão exportados, mas detalhes sobre os destinos ainda não foram informados.

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Segundo a Reuters, o investimento acompanhou uma mudança na estratégia da companhia ao abandonar o desenvolvimento de dois modelos elétricos nos Estados Unidos.

A apuração indica que sedans movidos por eletricidade — Altima e Maxima, com entrega prevista até 2028 —, que seriam produzidos na unidade fabril de Mississipi foram descartados.

Desafios e reestruturação da montadora

A Nissan, que enfrenta dificuldades financeiras, atribui parte de suas perdas ao fraco desempenho de vendas nos Estados Unidos e na China, mercados-chave para seu crescimento. A fabricante japonesa também lida com problemas de capacidade de produção excessiva e uma linha de produtos desatualizada. Em novembro do ano passado, a empresa anunciou cortes de 9.000 empregos e redução de 20% em sua capacidade produtiva, após mais um trimestre de resultados negativos.

"A China se tornou um mercado estratégico para testarmos novas inovações", afirmou Ma, ressaltando que a montadora vê o território como uma plataforma importante para explorar soluções avançadas, como veículos elétricos e tecnologias de mobilidade.

Concorrência e novos desafios no mercado chinês

A Nissan não é a única montadora japonesa em busca de recuperação no mercado chinês. A Honda também tem se reposicionado, com o lançamento de modelos elétricos e o desenvolvimento de parcerias locais para tecnologias de direção assistida e inteligência artificial. A Toyota, maior fabricante automobilística do mundo, também introduziu novos modelos elétricos e confirmou sua intenção de expandir ainda mais sua presença no país.

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No entanto, a competição local continua a ser um obstáculo significativo. Empresas como BYD, Geely e a marca Zeekr, além de rivais europeus que se tornam cada vez mais agressivos, estão criando um ambiente desafiador para as montadoras tradicionais.

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