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O Café da Margem é um projeto da consultoria Grape Global ESG para promover a sustentabilidade e economia circular (Divulgação/Exame)
Já imaginou poder colher as suas próprias hortaliças em um restaurante? Se depender do Café na Margem, isso será possível. O espaço que está sendo inaugurado hoje, 12, às margens do Rio Pinheiros, em São Paulo, deseja estimular o pensamento coletivo e sustentável na população, adotando produtos totalmente recicláveis e que promovam a economia circular.
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O projeto, que já está na sua terceira unidade, é liderado pela Grape Global ESG, empresa de consultoria que atua no âmbito ambiental, social e governança, e é patrocinado pela Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), e pela rede de supermercados Dia, que também comercializa no Café a sua linha de produtos próprios.
Para cumprir com a promessa de ser o “café mais sustentável de São Paulo”, o espaço é construído com materiais 100% reutilizáveis, e em seu cardápio, possui apenas itens orgânicos e artesanais feitos por pequenos produtores locais. No caso dos produtos industrializados da marca Dia, o diferencial está no monitoramento e rastreabilidade de toda a cadeia de valor.
Os copos reutilizáveis feitos em fibra de bambu vêm com sementes de hortaliças, que podem ser cultivadas na horta do local para abastecer a operação do estabelecimento. Se optarem, os clientes também podem levar as sementes para realizar o plantio em casa. Os novos visitantes também podem colher as hortaliças já cultivadas por outras pessoas. “Estamos baseados na colaboração e no incentivo da coletividade para o desenvolvimento dos ecossistemas locais. E isso é só mais um exemplo disso”, diz Ricardo Assumpção, presidente da Grape Global ESG.
Além disso, o lugar terá oficinas de educação ambiental, que acontecerão aos sábados. A programação sempre será divulgada no início de cada mês. “Queremos que todos os eventos sejam focados em conscientização e sustentabilidade. Ao permitirmos que empresas patrocinem esses eventos, damos espaço para que percebam que a sustentabilidade é um catalisador de inovação e faz parte de uma estratégia ampla de valor de marca”, diz. Em janeiro, a Sabesp irá organizar no espaço uma exposição sobre os córregos paulistas, com imagens, informações e totens interativos sobre os 6 córregos da cidade.
“Este é o primeiro café a ser construído às margens do Rio em dez anos. Por muito tempo, buscou-se esconder os rios. Hoje, com projetos de despoluição e integração da população, queremos retomar essa convivência”, afirma Assumpção.
Há quase duas décadas o governo do estado de São Paulo tem desembolsado quantias milionárias em projetos de revitalização do Rio Pinheiros. Desde 1992, foram mais de 2 bilhões de reais investidos em obras de saneamento básico na Bacia.
Uma viagem a Londres e a visita ao rio Tâmisa inspiraram o então governador João Dória a comprometer-se com a despoluição total do rio paulista até 2022 - uma das metas mais ambiciosas do seu mandato. Para isso, criou o projeto ‘Novo Rio Pinheiros’ lançado em 2019 e fruto da parceria entre a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, a Sabesp, a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee). O Novo Rio Pinheiros estimula empresas a apresentarem suas propostas licitatórias para obras de saneamento e despoluição do Rio.
O Tâmisa é um rio de Londres que foi considerado como “morto” ainda na década de 1950. Com um bioma extinto e condições insustentáveis de convivência, o parlamento britânico decidiu tomar providências. Atualmente, as margens do rio são áreas de convivência e lazer.
Distante ou não da realidade, o bom exemplo dos britânicos pode servir de espelho para o Brasil. O objetivo do projeto Novo Rio Pinheiros é trazer uma melhoria na qualidade de vida e do meio ambiente, além de explorar o potencial econômico da região e apostar na geração de empregos.