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A economia circular e a reciclagem também entraram na nova estratégia de sustentabilidade da Nespresso (Leandro Fonseca /Exame)
Repórter de ESG
Publicado em 24 de junho de 2025 às 12h09.
Última atualização em 24 de junho de 2025 às 13h10.
Produzir um café com zero emissões líquidas de carbono é uma das metas da Nespresso, companhia de cafés, cápsulas e máquinas, que acaba de lançar um novo relatório global de sustentabilidade com metas estipuladas até 2050. Ao todo, são R$ 8,4 bilhões em investimentos na inovação, impacto social e estratégia ambiental, incluindo a regeneração dos cultivos agrícolas.
A companhia trabalha desde 2003 com o Programa AAA, que mede a qualidade sustentável no café de alta qualidade. A iniciativa atua em parceria com a Rainforest Alliance e busca proporcionar benefícios ambientais, sociais e econômicos aos agricultores parceiros que gerenciam suas terras nos padrões ambientais.
Mariana Marcussi, diretora de Marketing e Sustentabilidade da Nespresso, conta com exclusividade para a EXAME que o programa trabalha a qualidade, inclusão e resiliência das fazendas, garantindo produtividade para os produtores e reduzindo o impacto ambiental. “O programa também assegura a rastreabilidade do café desde a fazenda até a xícara, garantindo que os consumidores saibam a origem de seu café e que ele foi produzido de maneira ética e sustentável”, conta.
O programa começou com 300 produtores rurais na Costa Rica, um dos países responsáveis pela maior parte do café comprado pela companhia. Atualmente, mais de 140 mil agricultores integram a iniciativa ao longo de 18 países, o que gera mais de 345 mil hectares de café produzido de forma sustentável.
Café regenerativo da Nespresso (Divulgação)
Só no Brasil, são 992 fazendas inscritas na iniciativa, o maior número entre os países que integram a iniciativa. Os produtores brasileiros são responsáveis por 112 mil hectares do programa, terras que ainda funcionam como laboratório para tecnologias sustentáveis como o biochar, carvão vegetal que sequestra carbono e promove a regeneração do solo.
O avanço nas práticas regenerativas no Brasil tem sido percebido pela companhia. O país passou de 84% de validação para 90% de 2022 a 2024, o que demonstra o progresso na transição agroecológica. Segundo Marcussi, o Brasil tem um papel central na estratégia global de sustentabilidade da Nespresso. “O país é responsável por cerca de 30% de todo o café verde adquirido pela marca e abriga a maior parcela das fazendas certificadas no Programa AAA, todas comprometidas com práticas sustentáveis”, afirma.
O Programa AAA impacta positivamente mais de 168 mil agricultores mundialmente. Do total, 41 mil tem acesso a iniciativas de apoio financeiro, como aposentadores e seguros climáticos.
A garantia de direitos humanos no campo também é uma das tarefas da companhia. No Brasil, a Nespresso oferece treinamentos de boas práticas, ajuda com certificações e análises de riscos dos fluxos de trabalho da fazenda e fornecedores. “Contamos com uma equipe de especialistas em direitos humanos para realizar diagnósticos e identificar áreas de melhoria e verificações externas para garantir o cumprimento dos padrões de direitos humanos”, explica.
Segundo a executiva, a companha ainda lançou em 2024 o Pacote Agronômico, que investe mais de R$ 5 milhões para apoiar 130 produtores agrícolas brasileiros na transição para a agricultura regenerativa. “A maior parte do investimento, 80%, foi destinada a fertilizantes orgânicos, 13% destinados a produtos biológicos, e o restante investido em plantas de cobertura e Biochar”, conta.
A Nespresso também monitora a saúde do solo nas fazendas brasileiras que integram o Programa AAA, trabalho em parceria com a consultoria ambiental Genesis. A partir de amostras, a empresa avaliou que 79% dos solos estão em boas condições, ao mesmo tempo que notou uma aplicação excessiva de nutrientes em algumas áreas.
A fabricante também atuou pela descarbonização na cadeia de café a partir do plantio de 10 milhões de árvores em paisagens cafeeiras ao redor do mundo, sendo 90% delas dedicadas à remoção de carbono. Com essas e iniciativas de energia, logística, inovação e renovação de produtos, a companhia já evitou a emissão de 286 mil toneladas de CO2 equivalente.
A economia circular e a reciclagem também entraram na nova estratégia de sustentabilidade da Nespresso. Por meio de uma parceria com a fabricante de cosméticos Natura, a companhia passou a utilizar o alumínio das cápsulas em embalagens recicláveis para cosméticos da linha Ekos.
Atualmente, mais de um terço das capsulas da Nespresso são recicladas, mas a meta é de subir esse total para 60% até 2030. “A Nespresso busca constantemente estabelecer parcerias que estejam alinhadas com seus valores e que possam contribuir para seus objetivos de sustentabilidade, tangibilizando para o consumidor o compromisso com a circularidade”, conta a diretora.
As fabricantes esperam expandir a capacidade de coleta dessas cápsulas para 400 pontos da Nespresso em todo o país, aumentando as ações de reciclagem de ambas as marcas.