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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS: Como empresas podem promover equidade em saúde no Brasil?

Geraldine Mauro, head de sustentabilidade da farmacêutica Boehringer Ingelheim, conta como usar a atuação do negócio para gerar impacto social positivo

Geraldine Mauro, head de Sustentabilidade da Boehringer Ingelheim: "Cada empresa precisa encontrar seu próprio caminho e propósito no ESG"

Geraldine Mauro, head de Sustentabilidade da Boehringer Ingelheim: "Cada empresa precisa encontrar seu próprio caminho e propósito no ESG"

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 1 de agosto de 2025 às 17h00.

Em um país onde 64 milhões de pessoas vivem em situação de vulnerabilidade social, a equidade no acesso à saúde se mantém como um dos maiores desafios nacionais. À medida que o debate sobre responsabilidade social empresarial ganha força, algumas companhias já demonstram, na prática, como é possível usar seu modelo de negócios para promover transformações sociais reais.

A farmacêutica Boehringer Ingelheim, que completa 70 anos de atuação no Brasil, exemplifica essa abordagem ao direcionar seus esforços para a área da saúde. "Nosso foco de sustentabilidade é a saúde, pois é nisso que somos bons", explica Geraldine Mauro, Head de Sustentabilidade da empresa.

Os números da atuação da Boehringer no Brasil revelam o alcance dessa estratégia. O programa ANGELS, voltado para o tratamento de Acidente Vascular Cerebral (AVC), já capacitou 500 hospitais em todo o país. "Quando um paciente sofre AVC, o marco das quatro horas é essencial. Após esse período, as sequelas podem ser muito grandes e, em grande parte, irreversíveis", explica Geraldine sobre a importância da iniciativa.

Os detalhes dessa estratégia e os resultados práticos da atuação da Boehringer Ingelheim foram tema do segundo episódio do videocast "Negócios Sustentáveis", da EXAME. Na conversa, Geraldine Mauro compartilha insights sobre como as empresas podem usar seu core business para gerar impacto social positivo, apresentando casos concretos de transformação.

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Sustentabilidade a longo prazo

Na área respiratória, o programa Abraçar já realizou mais de 470 mil espirometrias desde 2018. "Através desse programa, conseguimos avançar e, pelo menos, dar uma luz ao diagnóstico de pacientes do Sistema Público de Saúde", afirma a executiva sobre os exames oferecidos gratuitamente.

Como grandes empresas usam engajamento para transformar cadeias de valor

Além da saúde humana, a empresa também atua na prevenção de zoonoses por meio do programa Selo de Biosseguridade, que já certificou fazendas responsáveis pela produção de aproximadamente 120 mil litros de leite por dia. "Focamos em saúde para evitar a zoonoses, a transmissão de doenças entre animais e pessoas", detalha Geraldine, que reconhece o potencial de expansão do projeto. "Sabemos que ainda há muito mais leite e muitas mais fazendas a serem envolvidas, mas é um bom começo."

A abordagem da Boehringer reflete uma visão de sustentabilidade como um processo contínuo, e não como uma meta final. "Não podemos esperar ganhos imediatos. O caminho precisa ser trilhado, com pequenos objetivos a serem alcançados até que, em alguns anos, se atinja o objetivo maior", ressalta Geraldine.

Modelo descentralizado de sustentabilidade

Esse compromisso de longo prazo se materializa também em conquistas ambientais. A planta de Paulínia, no interior de São Paulo, responsável pela produção do medicamento veterinário Nexgard, obteve a certificação carbono neutro após cinco anos de investimentos em mudanças de maquinários, processos e protocolos internos. A fábrica exporta para mais de 100 países, ampliando a pegada sustentável da operação brasileira globalmente.

Um diferencial da estratégia da Boehringer é a integração da sustentabilidade em todas as áreas da empresa, ao invés de concentrá-la em um único departamento. "Não acreditamos que deva existir um time de compras com ou sem sustentabilidade", conta.

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Para companhias que desejam adotar estratégias semelhantes, a executiva aconselha: "Sugiro que as empresas se organizem, estabeleçam metas e pensem no que podem fazer de positivo tanto para as pessoas quanto para o planeta".

Geraldine enfatiza que não há uma fórmula única: "Não precisa ser igual a outras empresas. Nosso pilar estratégico é a saúde porque somos uma companhia de ciências da vida. Cada empresa precisa encontrar seu próprio caminho, mas é essencial começar a refletir, pois é uma jornada longa."

O programa, que explora as melhores práticas de sustentabilidade empresarial no Brasil, está disponível no canal da EXAME no YouTube.

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