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Negociadores iniciam novo esforço para alcançar acordo contra a poluição plástica

O planeta produz atualmente 460 milhões de toneladas de plástico por ano, metade delas descartáveis. E recicla menos de 10% dos resíduos plásticos

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 2 de agosto de 2025 às 11h29.

Representantes de quase 180 países se reunirão a partir de terça-feira, 5, na Suíça para uma nova e crucial etapa diplomática que tem a ambição de negociar o primeiro tratado mundial para eliminar a poluição plástica.

Em um contexto de fortes tensões geopolíticas e comerciais, a sessão adicional de 10 dias, denominada INC-5.2, foi convocada após o fracasso em dezembro da rodada organizada na Coreia do Sul, presidida pelo diplomata equatoriano Luis Vayas Valdivieso.

Um grupo de países produtores de petróleo bloqueou qualquer avanço e agora há muito em jogo.

Se nada for feito, o consumo mundial de plástico poderá triplicar até 2060, segundo as projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Além disso, a quantidade de resíduos plásticos no solo e nos cursos de água, dos picos das montanhas até os oceanos, dobrará até 2040, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que coordena as negociações da ONU.

A situação é ainda mais dramática: o planeta produz atualmente 460 milhões de toneladas de plástico por ano, metade delas descartáveis. E recicla menos de 10% dos resíduos plásticos.

Com a decomposição em micro e nanoplásticos que contaminam os ecossistemas, os polímeros penetram no sangue e nos órgãos humanos, segundo estudos recentes.

As consequências, ainda amplamente desconhecidas para a saúde das gerações atuais e futuras, são denunciadas por um grupo de quase 450 cientistas de 65 países que acompanham os debates.

"Esboço" de tratado

Apesar da extrema complexidade da negociação, que afeta interesses antagônicos - produtos químicos ou desenvolvimento econômico contra o meio ambiente e a saúde -, "é bastante provável sair de Genebra com um tratado", declarou recentemente a dinamarquesa Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA.

O equatoriano Valdivieso publicou, após o fracasso do encontro na cidade sul-coreana de Busan, um projeto de texto com mais de 300 pontos de divergências que deverão ser negociados até 14 de agosto, antes da conclusão de um tratado.

O mais difícil é incluir (ou não) uma limitação da produção de plásticos novos, explica Saeed Hamid, membro de uma coalizão que reúne 39 Estados insulares. Países produtores de petróleo, como Arábia Saudita, Irã ou Rússia, não aceitam ouvir falar de tal possibilidade.

Outro ponto delicado é a elaboração de uma lista de produtos químicos considerados "problemáticos" para a saúde ou o meio ambiente: os PFAS - conhecidos como 'poluentes eternos' -, os disruptores endócrinos, os ftalatos e os bisfenol, entre outros.

"Ninguém quer ver um INC-5.3, ninguém (...) Então, o caminho mais provável é um esboço que será chamado de tratado, mas que precisará de financiamento, coragem e alma para ser realmente eficaz", declarou à AFP Bjorn Beeler, diretor da Rede Internacional de Eliminação de Poluentes (IPEN), com sede na Suécia.

"O contexto é difícil", acrescentou uma fonte diplomática que pediu anonimato, "já que não se pode descartar completamente o que está acontecendo em outros âmbitos do multilateralismo, como o novo papel dos Estados Unidos ou os Brics, que estão trabalhando para se reorganizar".

Grupos de lobby

Os desafios "atraem muita atenção dos países em desenvolvimento, seja porque são produtores de plástico com alto risco de impacto em suas economias se o tratado for adotado ou porque sofrem com a poluição e exigem responsabilidades", destacou a mesma fonte.

Em Nice, durante a conferência da ONU sobre os oceanos em junho, 96 países, de pequenos Estados insulares até o Zimbábue, passando pelos 27 da União Europeia, México e Senegal, pediram um tratado ambicioso que inclua um objetivo de redução da produção e do consumo de plásticos.

"Nesta negociação final, os governos devem agir no interesse das pessoas, não dos poluidores", afirmou Graham Forces, do Greenpeace, que denuncia a grande presença de grupos de lobby da indústria dos combustíveis fósseis à margem das negociações.

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