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Raquel Zagui, recentemente anunciada como head global de diversidade, equidade e inclusão do Grupo Heineken. (Edna Marcelino/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 31 de outubro de 2024 às 18h52.
Última atualização em 31 de outubro de 2024 às 18h53.
Foi ali em meados de 2021, pandemia, que a Heineken fez uma aposta consigo mesmo no Brasil: ter, até 2026, 50% das posições de liderança ocupadas por mulheres. Na época, eram somente 28% dos líderes na operação brasileira, no país que representa o maior mercado da companhia no mundo. E a meta global do grupo era bem mais modesta, de 35% das cadeiras sênior ocupadas por elas no mesmo prazo.
Agora, após uma série de iniciativas - que incluiram passos muito embrionários pré 2021, como mapear unidades que não tinham banheiro feminino próximos às linhas de produção, até projetos mais estruturados como o "Elas que Brilham", de aceleração de carreiras em áreas majoritariamente masculinas -, faltam dois anos para 2026, mas muito menos para os 50% esperados. A empresa alcançou a marca de 43% de mulheres na liderança, com um salto de 6% em relação ao ano anterior.
Lançado em setembro do ano passado, o programa Elas que Brilham teve em sua primeira edição, 11 participantes de áreas de produção. Destas, 90% foram promovidas e abriram caminho para a turma crescer. Em 2024, serão 15 participantes de diversas regiões do Brasil, agora contemplando além da produção, vendas e distribuição.
Com a ação, a companhia aumentou em 4% em representatividade feminina dentro do setor de produção, que hoje conta com 33,3% de mulheres líderes - um número significativamente acima da média do setor cervejeiro, onde essa população raramente ultrapassa 15% na mesma área.
E os níveis hierárquicos mais altos seguem na mira das oportunidades para avançar mais, a exemplo da vice-presidente de pessoas, Raquel Zagui, recentemente anunciada como head global de diversidade, equidade e inclusão da companhia.
Compromisso de dentro para fora
O avanço é de se comemorar, não apenas no universo da Heineken, mas no contexto nacional do setor cervejeiro, onde historicamente a presença feminina tem sido baixa - estudos indicam, embora de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 51,5% da população brasileira seja composta por mulheres, elas representam apenas cerca de 20% da força de trabalho total.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), apenas 29% dos cargos de liderança nas indústrias brasileiras são ocupados por mulheres. Em cervejeiras, o número cai para 25% das posições de alta hierarquia, apontam dados da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil). O que claramente demanda um esforço maior de conscientização do mercado.
Foi o que o Grupo fez, em março deste ano, ao levar para fora o compromisso que mantém firme dentro de casa, com a campanha "Verdades Difíceis de Engolir". Em uma das peças, executivos e executivas da Heineken e do mercado eram convidados a experimentar uma bebida sem álcool desenvolvida exclusivamente para a ação. A ideia era que o sabor remetesse à experiência de muitas mulheres mo ambiente de trabalho: desagradável e ainda permeada por informações que tornam a realidade difícil de engolir.