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Mundo perdeu 73% de vida selvagem em apenas 50 anos, revela WWF

Às vésperas da COP16 na Colômbia, Relatório Planeta Vivo reforça a necessidade de ações urgentes para restaurar e conservar a biodiversidade e alerta para locais próximos a pontos de não retorno

Na Amazônia, 65% dos botos cor-de-rosa desapareceram pelo calor extremo e seca no bioma  (	Ricardo Lima/Getty Images)

Na Amazônia, 65% dos botos cor-de-rosa desapareceram pelo calor extremo e seca no bioma ( Ricardo Lima/Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 18 de outubro de 2024 às 16h44.

Última atualização em 18 de outubro de 2024 às 16h47.

Um declínio catastrófico de 73% nas populações de vida selvagem em apenas 50 anos liga mais um  alerta para o mundo e pede ações urgentes de restauração e conservação da biodiversidade. O relatório Planeta Vivo 2024, divulgado pelo World Wildlife Fund (WWF), reforça que locais do planeta estão se aproximando de pontos de inflexão (ou de não retorno) -- impulsionados pela perda de ambientes naturais e mudanças climáticas. 

O percentual ficou ainda maior na América Latina e no Caribe, que registraram uma impressionante
queda média de 95% nas espécies. 

Segundo o relatório, estes limites críticos resultariam em mudanças substanciais e potencialmente irreversíveis e catastróficas para a vida na Terra, sendo uma potencial ameaça à humanidade. A exemplo, a dizimação das florestas de pinheiros nos EUA, a destruição da Amazônia no Brasil e a morte em massa dos recifes de coral levariam a uma série de impactos mundo afora -- na segurança alimentar e na própria economia global. 

O Índice Planeta Vivo, fornecido pela Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), monitorou 35 mil vertebrados de 5.495 espécies no período de 1970 a 2020 e concluiu que as maiores perdas foram em populações de água doce (85%), seguidas pelas terrestres (69%) e por último, as marinhas (56%). 

Algumas das populações específicas também apresentaram declínios: 57% nas tartarugas-de-pente fêmeas entre 1990 e 2018 na Grande Barreira de Corais da Austrália, 65% nos botos cor-de-rosa amazônicos e 88% no salmão Chinook do rio Sacramento, na Califórnia (EUA). Em 2023, mais de 330 botos do rio Amazonas morreram pelo calor extremo e seca na região

Entre as maiores causas da perda de biodiversidade, a ONG destaca a degradação do habitat e a colheita excessiva -- impulsionadas principalmente pelo sistema alimentar global --, a ocorrência de espécies invasoras, maior incidência de doenças e o agravamento das mudanças climáticas.

O presidente e CEO do WWF-EUA, Carter Roberts, disse em comunicado que o relatório atualiza as linhas de tendência de cinquenta anos ao mostrar quanto perdemos, assim como os pontos de inflexão que estão por vir. "A natureza é base para a saúde humana, clima estável, economia mundial e todas formas de vida", destacou.

De olho na COP16

A 16ª Conferência das Partes (COP16), da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), começa na próxima semana em Cali, na Colômbia, e é um chamado para a ação e uma janela de oportunidade.

Esta COP é a primeira após a adoção do Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montréal de 2022, acordo global adotado pelos 196 países membros da ONU durante a COP15 no Canadá para reverter a perda da natureza. 

Uma das metas é bater 30% de conservação da terra, mar e águas interiores e 30% de restauração de ecossistemas degradados até 2030. Segundo o WWF, embora tenhamos avançado, o ritmo geral e a escala de ação permanecem abaixo do necessário para enfrentar o tamanho do desafio e o encontro na Colômbia marcará uma análise das estratégias e planos de cada país. 

O Brasil, com mais de 15% da biodiversidade de todo o planeta e detentor de 60% da floresta amazônica, é peça-chave para impulsionar a agenda do desenvolvimento sustentável e proteção ambiental. 

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