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Mundo economiza R$ 2,6 trilhões com energias renováveis e Brasil é quarto maior mercado

Relatório internacional revela mudança positiva no setor em 2024: as fontes limpas se consolidaram com vantagem econômica em relação aos combustíveis fósseis e estão em plena expansão

O Brasil se destaca não apenas pelo volume de investimentos e abundância em recursos naturais, mas principalmente pela competitividade econômica (Lead Energy/Divulgação)

O Brasil se destaca não apenas pelo volume de investimentos e abundância em recursos naturais, mas principalmente pela competitividade econômica (Lead Energy/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 22 de julho de 2025 às 13h00.

Última atualização em 22 de julho de 2025 às 15h45.

O mercado global de energias renováveis manteve a liderança em relação aos combustíveis fósseis em 2024, mesmo em um contexto geopolítico desafiador de guerras e sinalizações negativas ecoando dos Estados Unidos.

É o que revela o novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) divulgado nesta terça-feira, 22, que evidenciou a competitividade econômica das fontes limpas: o mundo economizou 467 bilhões de dólares (R$ 2,6 trilhões) com seu uso ao evitar as fontes poluentes e R$ 317 bilhões com os novos projetos implementados apenas no ano passado. 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçou que "fontes são limpas são uma escolha de economia inteligente" e destacou que estão "iluminando o caminho para um mundo com energia acessível, abundante e segura para todos".

Neste cenário de plena expansão, o Brasil consolidou sua posição como uma das principais potências mundiais em renováveis e ocupa a quarta colocação mundial, atrás apenas de China, Estados Unidos e União Europeia. 

O país se destaca não apenas pelo volume de investimentos e abundância em recursos naturais, mas principalmente pela competitividade econômica. No ano em que sedia a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) pela primeira vez, as soluções verdes estão em foco e na mira de investidores e empresas.

A energia eólica onshore brasileira atingiu o patamar de 30 dólares por megawatt-hora (MWh), equiparando-se aos níveis chineses e a posicionando como um dos mercados mais baratos do mundo para essa fonte. Já a solar fotovoltaica registrou custo de 48 dólares por megawatt-hora.

O dados apontam para uma transformação definitiva no cenário energético mundial. Outro destaque do período é que 91% dos novos projetos renováveis comissionados mostraram um custo benefício melhor do que qualquer alternativa fóssil, consolidando a vantagem econômica de se investir na transição energética. 

Globalmente, a energia solar ficou, em média, 41% mais barata que a alternativa fóssil de menor custo, enquanto os projetos eólicos onshore foram 53% menos custosos e mantiveram a posição como a fonte mais acessível de nova eletricidade.

Para o diretor-geral da IRENA, Francesco La Camera, a alta na competitividade das renováveis representa uma conquista resultado de anos de inovação, diretrizes políticas adequadas e mercados em expansão. 

Diversificação da matriz energética brasileira

Embora a energia hidrelétrica ainda represente mais de 50% da eletricidade nacional, o crescimento acelerado da solar e eólica indica um processo robusto de diversificação da matriz energética brasileira.

Segundo o relatório, o avanço tem sido sustentado por esquemas estáveis de contratação, incluindo leilões públicos com contratos de compra de energia de longo prazo que reduzem riscos financeiros e facilitam o acesso ao capital.

Apesar dos avanços, a IRENA aponta para desafios consideráveis rumo à sustentabilidade do crescimento do setor.

No Brasil, a flexibilidade da rede elétrica e os sistemas de armazenamento ainda estão em desenvolvimento e ao mesmo tempo são apontados como essenciais para sustentar a expansão das fontes renováveis variáveis.

Além disso, a organização alerta para a necessidade de estruturas regulatórias claras, com mecanismos de contratação confiáveis e ambientes de investimento previsíveis para atrair cada vez mais capital internacional.

Já a nível mundial, as mudanças geopolíticas, tarifas comerciais, desafios em matérias-primas e dinâmicas industriais representam riscos que podem elevar temporariamente os custos das renováveis e o recuo de alguns países na transição.

Inovação em escala acelera transição

Um dos destaques do relatório fala sobre os avanços e inovações que impulsionam a viabilidade econômica das renováveis. Os sistemas de armazenamento de energia em baterias de lítio são um exemplo claro e seu custo despencou 93% desde 2010.

A tecnologia ainda precisa ganhar escala no Brasil e expectativa é que um leilão nos próximos meses seja um divisor de águas no quesito preço.

Outras tecnologias como sistemas híbridos – que combinam energia solar, eólica e armazenamento  – e ferramentas digitais como inteligência artificial também estão sendo aliadas para integrar fontes renováveis variáveis e otimizar o desempenho dos ativos naturais. 

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