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Apenas 17% das empresas informaram ter pessoas pardas em cargos executivos (99Jobs/Divulgação)
Redatora
Publicado em 24 de outubro de 2025 às 06h33.
Em 2025, 77% das empresas listadas na bolsa de valores brasileira (B3) contam com mulheres ou pessoas de grupos sub-representados (pessoas pretas, pardas ou indígenas, integrantes da comunidade LGBTQIA+ ou pessoas com deficiência) em cargos de alta liderança. O número marca o maior avanço nos cinco anos de monitoramento, mas a diversidade racial ainda permanece restrita.
Os dados fazem parte do estudo “Lideranças Plurais”, elaborado pela B3 em parceria com o Instituto Locomotiva, que analisou informações de 341 companhias listadas. A pesquisa utiliza os Formulários de Referência enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) neste ano, já adaptados às exigências do Anexo ASG, que estabelece critérios mínimos de diversidade e transparência.
Segundo o levantamento, 65% das empresas têm ao menos uma mulher no conselho de administração, o maior índice desde o início da série histórica, em 2021, quando o percentual era de 55%.
Nas diretorias estatutárias, 46% das empresas têm pelo menos uma mulher. Quando se consideram empresas com mulher ou integrante de grupo sub-representado, o índice sobe para 52%, ante 47% em 2024.
A configuração mais comum é a de apenas uma mulher na equipe executiva, situação observada em 30% das companhias. Outras 9% têm duas mulheres e 7% contam com três ou mais integrantes femininas no chamado C-level.
Mesmo com avanços, a presença feminina ainda é isolada em boa parte das empresas. Nos conselhos, 36% das companhias têm somente uma mulher em posição de comando, enquanto 29% contam com duas ou mais.
O estudo também mostra que, em 2021, 61% das empresas não tinham qualquer diversidade de gênero em suas diretorias estatutárias. Em 2025, esse índice recuou para 54%.
Já a diversidade racial continua limitada. Apenas 17% das empresas informaram ter pessoas pardas em cargos executivos e 1% declarou a presença de pessoas pretas.
A participação de pessoas com deficiência (PCDs) aparece em apenas 3% das companhias.
"Observamos avanços importantes no estudo, mas sabemos o quanto essa pauta ainda precisa avançar", afirmou Flavia Mouta, diretora de Emissores da B3 em nota.
"É importante que todos entendam que uma liderança mais diversa fortalece a competitividade e a resiliência das companhias, traz diferentes perspectivas e decisões mais bem-informadas, além de atratividade de talentos e benefícios para a reputação", acrescentou.