ESG

Mulheres e negros dizem não ter oportunidades iguais aos colegas

Levantamento da Catho com profissionais de todo o Brasil revela que maioria de mulheres e negros sente discriminação no ambiente de trabalho

Primeira liderança é apontadada como obstáculo para mulheres chegarem ao topo (Matthew Leete/Getty Images)

Primeira liderança é apontadada como obstáculo para mulheres chegarem ao topo (Matthew Leete/Getty Images)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 1 de fevereiro de 2022 às 15h08.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2022 às 16h15.

Os profissionais ainda sofrem discriminação e perdem oportunidades no mercado de trabalho por conta de sua raça ou gênero, é o que revela a última Pesquisa dos Profissionais Brasileiros realizada pela Catho, marketplace de tecnologia que conecta empresas e candidatos, com 4.566 profissionais de todo o país. Dos trabalhadores ouvidos no levantamento, 54% do sexo feminino alegam, em algum momento da carreira, não terem tido oportunidades iguais quando comparadas às dadas aos colegas de trabalho. Além disso, 58% dos profissionais negros, entre homens e mulheres, também disseram não ter as mesmas chances.

Além dos 58% dos negros, 50,1% dos pardos e 57% dos indígenas participantes da pesquisa responderam “não” quando perguntados se as suas oportunidades sempre foram iguais quando comparadas às dadas aos seus colegas de trabalho. Ainda em relação às oportunidades oferecidas, quando se separam os respondentes por raça, 51% dos profissionais brancos alegam que tiveram igualdade nesse quesito.

“Infelizmente o mercado de trabalho ainda discrimina profissionais pela sua raça ou gênero, o que é inadmissível. O fato de mulheres e negros terem menos oportunidades do que profissionais homens e brancos é mais uma prova disso, como respondem a maioria deles na pesquisa”,  diz Bianca Machado, gerente sênior da Catho.

Outro dado revelado é que, 40% das mulheres declararam já ter sofrido algum tipo de discriminação no ambiente de trabalho, 7% a menos do que os respondentes do sexo masculino (33%).

Dentro desse recorte, os profissionais negros, mais uma vez, aparecem como os mais prejudicados e são os que mais relataram já ter sofrido discriminação, somando 48% dos respondentes. Em seguida há os indígenas com 38%, pardos com 35,1% e por último os brancos com 35%.

Em busca da equidade

Para fomentar o debate sobre a equidade de gênero, a Catho lançou o movimento Essa Cadeira É Minha. A ação se posiciona em favor das mulheres e busca promover o diálogo em relação ao assunto.

Com isto, a companhia já realizou ações em prol das profissionais, como a ferramenta “Vagas Femininas”, uma extensão no navegador Google Chrome que adapta a descrição de cargos profissionais do masculino para o feminino e a campanha “Dia da Chefe”, a fim de chamar a atenção para o tratamento dado às mulheres em cargos de liderança.

A empresa também firmou uma parceria com a escola de desenvolvedores Let’s Code, com o intuito de profissionalizar e contratar cada vez mais mulheres para atuar no setor de tecnologia. A ação vai disponibilizar 25 vagas para um curso 100% gratuito e totalmente destinado a mulheres. As inscrições para o processo seletivo vão até 6 de fevereiro.

 

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