ESG

Apoio:

Logo TIM__313x500
logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
ONU_500X313 CBA
ONU_500X313 Afya
ONU_500X313 Pepsico
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Mudanças climáticas: degelo piora a navegação comercial entre Europa e Ásia

Ao contrário do que se imaginava, a travessia pela Passagem do Noroeste, apesar de reduzir o trajeto, aumentaria o risco por causa das características do gelo, que é mais espesso, e os gargalos

Cautela: os pedaços de gelo que se desprendem representam um risco maior para as embarcações do que as formações mais recentes, que são mais finas (AFP Photo)

Cautela: os pedaços de gelo que se desprendem representam um risco maior para as embarcações do que as formações mais recentes, que são mais finas (AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 11 de julho de 2024 às 19h18.

Última atualização em 11 de julho de 2024 às 19h27.

O degelo no Ártico causado pelas mudanças climáticas não apenas não facilita a navegação comercial na passagem entre Europa e Ásia, contrariando a crença popular, como também torna essa travessia mais perigosa, aponta um estudo divulgado nesta quinta-feira, 11.

A Passagem do Noroeste, intransitável há um século, desperta interesse porque reduziria o percurso em cerca de 7.000 km devido à redução da camada de gelo. "Descobrimos que, na verdade, acontece quase o contrário", explicou à AFP Alison Cook, especialista da Associação Escocesa para as Ciências Marinhas e principal autora do estudo, publicado na revista Communications Earth and Environment.

Longe de aumentar, o número de semanas anuais em que uma embarcação pode navegar com segurança por essa passagem caiu entre 2007 e 2021. Embora a camada diminua, o gelo mais antigo e mais espesso se desloca cada vez mais para o sul, criando gargalos.

Nada fácil

Esses pedaços de gelo representam um risco maior para as embarcações do que as formações mais recentes, que são mais finas, explica o estudo. Além disso, a falta de infraestrutura, a sua distância, a elevação do fundo do mar e seus estreitos labirínticos continuam deixando a travessia perigosa.

Em 1845, a expedição lendária do britânico John Franklin terminou com a perda total de suas duas embarcações. Em 1906, o norueguês Roald Amundsen tornou-se o primeiro europeu a concluir a travessia.

Desde então, embora reduzido, o número de embarcações que se aventuram pela passagem aumentou, passando de 112 em 2013 para 160 em 2019, segundo a organização Conselho do Ártico. Cargueiros, barcos de pesca, barcos de corrida e até um transatlântico com mil passageiros concluíram a travessia.

Um estudo de 2021 previu que a Passagem do Noroeste seria navegável durante parte do ano se as temperaturas globais superassem em 2°C os níveis pré-industriais. Mas isso está longe de ser uma realidade.

O gelo mais antigo e espesso que se acumula na passagem estará presente "por muitos anos", estimou Alison Cook. "Está mais para uma advertência", acrescentou, já que o número de viagens através do Ártico canadense quadruplicou desde 1990 em seu conjunto.

Acompanhe tudo sobre:Mudanças climáticasAquecimento globalOceanosTransporte e logística

Mais de ESG

COP29: países ricos se comprometem a parar de abrir centrais a carvão

Clima de tensão: Austrália e Turquia entram em impasse para sediar Cúpula do Clima em 2026

Entrevista: Racismo segue barrando ascensão econômica da população negra

"O RS não quer ser ‘case’ de tragédia, e sim de adaptação e reconstrução", diz Marjorie Kauffmann