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Movimento cria 'yellow zones' para levar debates da COP30 para as periferias e jovens

Coletivo COP das Baixadas implementa zonas em áreas periféricas para conectar juventude e ativismo local às negociações oficiais da conferência

Antes da COP30, o coletivo COP das Baixadas também coorganiza a 20ª Conference of Youth (Leandro Fonseca/Exame)

Antes da COP30, o coletivo COP das Baixadas também coorganiza a 20ª Conference of Youth (Leandro Fonseca/Exame)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 20 de maio de 2025 às 17h47.

Última atualização em 20 de maio de 2025 às 18h06.

O movimento COP das Baixadas, formado por 15 organizações ligadas ao ativismo climático na periferia de Belém (PA), criou as chamadas yellow zones (“zonas amarelas”) para descentralizar o debate da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) e aproximar as comunidades locais da agenda ambiental.

Quatro desses espaços já funcionam em bairros como Jurunas e Vila da Barca, integrando atividades culturais, cursos e debates com a conscientização ambiental.

Essas zonas complementam as tradicionais green zone (“zona verde”) e blue zone (“zona azul”) da COP, usadas para eventos oficiais e negociações entre autoridades. A iniciativa busca garantir que a conferência não concentre as discussões apenas em locais formais, mas leve o debate para dentro das comunidades afetadas pelas questões climáticas.

Yellow zone: entenda a proposta

Entre os espaços, destacam-se o centro cultural Gueto Hub e a biblioteca comunitária Barca Literária, esta última situada em uma área vulnerável da Vila da Barca, onde residências ainda sofrem com a falta de saneamento básico. Além de atividades educativas, a Barca Literária funciona como centro de informação turística, atraindo visitantes interessados na cultura local.

A escolha do nome “yellow zones” teve inspiração na cor que compõe a bandeira do Brasil e estava ausente das zonas oficiais da COP. Segundo os organizadores, a meta é ampliar para até 12 zonas até o evento de novembro, tornando o modelo replicável em outras cidades-sede da conferência.

Participação jovem nas COPs

A programação dessas zonas inclui oficinas, debates científicos em linguagem acessível e a criação de espaços culturais, como o futuro centro A Barca – Cultura Amazônica, que contará com museu, galeria de arte e infraestrutura para cursos e eventos comunitários. Para viabilizar a construção, foi lançada uma campanha de financiamento coletivo.

Antes da COP30, o coletivo COP das Baixadas também coorganiza a 20ª Conference of Youth, evento que reúne jovens ativistas de todo o mundo para debater perspectivas climáticas. O objetivo é conectar os jovens das periferias de Belém com essa rede global e inserir suas vozes nas negociações da ONU.

Apesar da agenda da COP ainda estar em definição, o grupo pretende usar as yellow zones para dar visibilidade a temas pouco abordados, como o racismo ambiental e os direitos dos rios, buscando manter a mobilização ativa também após o encerramento do evento.

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