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Mobilidade para o futuro e transição energética no Brasil são tema em Davos

Com tecnologias próprias para eletrificação, aço especial e biocombustível, indústria nacional avança em soluções complementares

Davos, na Suíça, onde acontece o Fórum Econômico Mundial (Lia Rizzo/Exame)

Davos, na Suíça, onde acontece o Fórum Econômico Mundial (Lia Rizzo/Exame)

Lia Rizzo
Lia Rizzo

Editora ESG

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 21h25.

Última atualização em 23 de janeiro de 2025 às 21h28.

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*De Davos

A transição energética e o compromisso com a descarbonização foram temas centrais da Brazil House em Davos. No último dia da programação, nesta quinta-feira (23), empresas brasileiras mostraram suas inovações e investimentos para liderar este mercado, independentemente das mudanças nas tendências políticas.

O painel sobre mobilidade sustentável contou com Daniel Randon, presidente da Randoncorp, Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, e Erasmo Battistela, CEO da Be8, sob moderação de Consuelo Remmert, da Palantir Technologies.

Parceria entre Randoncorp e B&8 para caminhão híbrido e investimento bilionário da Gerdau em aço especial mostram avanços do país em mobilidade sustentável (Lia Rizzo/Exame)

Transporte sustentável com tecnologia brasileira

Daniel Randon introduziu ao início da conversa, o iCS (Intelligent Carbon Solution), sistema desenvolvido pela Randoncorp com tecnologia 100% brasileira. De acordo com o executivo, o iCS funciona regenerando energia nas descidas através dos motores elétricos acoplados aos eixos, e armazenando na bateria para ser posteriormente utilizada na propulsão do veículo.

A jornada de desenvolvimento incluiu o lançamento em uma feira de setor, na Alemanha, há 4 anos. E a posterior homologação, há 2 anos, com a possibilidade de instalação em carretas ou caminhões que buscam descarbonização da frota. A economia de consumo de combustível a partir da instalação do sistema pode chegar a 25%, dependendo da rota.

Uma análise de longo prazo das transformações no setor automotivo foi o que pautou a decisão da Gerdau de investir R$ 1 bilhão em Pindamonhangaba (SP) e Monroe (Michigan). De acordo com Gustavo Werneck, CEO da companhia, os investimentos permitiram à empresa desenvolver aços mais leves e resistentes usando nanotecnologia e micropartículas.

O executivo detalhou o processo de fabricação, que começa já por uma seleção criteriosa da matéria-prima. "Uma sucata que vem de um fogão ou de uma bicicleta é diferente da sucata que vem de uma indústria automobilística", exemplificou. A companhia também implementou o uso de inteligência artificial para simulações prévias das propriedades dos materiais, reduzindo o desperdício de recursos naturais no desenvolvimento de novos produtos.

Brasil se destaca por parcerias pioneiras

"Estamos criando efetivamente um caminhão híbrido movido a biocombustível", disse Erasmo Battistela, da Be8, ao apresentar uma nova parceria com a Randoncorp. O projeto unirá duas tecnologias desenvolvidas pelas empresas e combina o sistema de eixo eletrificado da Randoncorp com o Binatto, biocombustível desenvolvido pela Be8 com patente própria de processo e produto.

"Conseguimos anunciar em Davos algumas parcerias muito especiais. Como esta com a Randon, que é uma honra", celebrou o executivo, destacando que a união das tecnologias representa um avanço significativo na transição energética sustentável.

"Nós acreditamos que precisamos acelerar a transição energética", disse Battistela, "mas ela precisa ser feita de forma sustentável em todos os aspectos", ponderou. O CEO da Be8 ressaltou ainda a importância de garantir descarbonização efetiva, viabilidade econômica e geração de empregos.

Para Werneck, a capacidade de colaboração entre empresas é um diferencial brasileiro. "Temos essa capacidade de colaboração muito intensa entre empresas como as nossas, independentemente de incentivos do governo", comentou, destacando que a agilidade em implantar soluções coloca o país à frente de outros mercados.

Sobre a modernização da frota brasileira, o CEO da Gerdau identificou uma "imensa oportunidade muito mal aproveitada". Segundo ele, um veículo antigo pode ser completamente reciclado: "A gente separa o aço, o vidro, o cobre, a borracha. Não tem resíduo, tudo hoje é reutilizado".

O futuro da mobilidade verde

O presidente da Randoncorp lembrou que há muito potencial brasileiro além do agronegócio. "O Brasil pode continuar oferecendo alimentos e, principalmente através de novas rotas, energias renováveis para o mundo".

A COP30 também foi abordada na conversa. O líder da Gerdau expressou otimismo quanto a "entregas mais práticas" em comparação às últimas conferências. Para Battistela, será uma "oportunidade de ouro para demonstrar como o Brasil faz", com empresas de diferentes setores comprometidas com a sustentabilidade.

Para fechar a conversa, a moderadora Consuelo Remmert destacou como a indústria brasileira avança na mobilidade sustentável por meio de parcerias e inovações complementares. Um exemplo é a combinação entre o aço especial da Gerdau, o biocombustível da Be8 e as soluções de eletrificação da Randoncorp.

Estas colaborações, somadas à estabilidade histórica das empresas familiares brasileiras, podem contribuir para posicionar o Brasil como destino estratégico para investimentos em projetos de transição energética.

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